“Sutileza faz o diferencial”. A afirmação é da soldado Elizabeti do Carmo Spada, que tem 20 anos de Polícia Militar e trabalha há cinco anos no Batalhão de Polícia Rodoviária Estadual.É dessa maneira que mulheres, como ela, percebem como a atuação da mulher é importante hoje. “Com força, garra e delicadeza, a mulher mostra como se trabalha, fazendo os mesmos serviços que o homem”, disse Spada.
A soldado criou há nove anos o “Projeto Papo”-Polícia Palhaça-, para orientar crianças sobre situações relacionadas ao trânsito. “Trata-se de uma atividade interativa, em que primeiro apareço como policial, juntamente com um colega, e falo sobre o trânsito, em seguida, ele continua sozinho por um instante , e eu volto vestida de palhaça, discordando de todas as ações do policial. Na sequência, começamos a interagir”, explicou Spada.
O “Projeto Papo” é levado para escolas, creches e outras instituições, como o Hospital do Câncer de Maringá. Na Operação Viva o verão, Spada passou uma semana no litoral, onde levou o projeto para o Centro Municipal de Educação Infantil, em Guaratuba. ” Sempre sou convidada pelas instituições. No litoral atendi mais de 600 crianças”, disse.
Outro destaque na Polícia Militar é a sargento Tânia Mara Abrão Guerreiro, que faz parte do setor de Comunicação Social da corporação. “A mulher precisa conquistar cada vez mais espaço e demonstrar o seu valor”, diz. Tânia é da primeira turma de mulheres que se formaram na Academia Policial Militar do Guatupê.Com 29 anos de corporação, ela já desempenhou diversas funções e, há 16 anos luta em prol do Movimento Nacional da Criança Desaparecida e Vitimizada. Guerreiro viaja pelo país proferindo palestras sobre o tema, e já foi até convidada pela Interpol (organização policial internacional) para realizar reuniões fora do Brasil. Ela também integra movimentos contra a pedofilia.
Para a tenente Ivane Jenk, que trabalha na administração da Seção de Educação Física e Desportos (Sefid), da PM, as mulheres estão se preparando cada vez mais para ocupar espaços no mercado de trabalho. Ivane, que também é instrutora no Sefid, foi a primeira oficial da Polícia Militar a passar pelo curso “Controle de Distúrbios de Civis(CDC), dirigido e oferecido pela Companhia de Choque. ” Esse treinamento faz com que o profissional consiga lidar com situações que envolvem distúrbios de pessoas civis, como reintegração de posse, rebeliões, situações de calamidade pública e manifestações violentas em dias de futebol”, ressaltou Ivane, dizendo ainda que foi bem recebida na Companhia de Choque, mas que no geral, a mulher ainda luta bastante para ser reconhecida e ocupar cargos mais importantes.