Para fugir da garoa forte e chegar logo ao trabalho, Maria Elza de Souza, 58 anos, não deu ouvidos ao alerta feito por uma mulher que também esperava para atravessar a rua e arriscou-se. Foi atropelada por um Honda Civic e morreu na hora, arremessada a cerca de três metros. Socorristas do Siate contaram que a vítima teve fratura no pescoço. O acidente ocorreu por volta das 7h desta terça-feira (18) na Rua Tijucas do Sul, Sitio Cercado.
A zeladora Alessandra da Silva, 36 anos, tinha acabado de descer do ônibus e encontrou Maria, que esperava na calçada para cruzar a Tijucas do Sul. “Estava bem movimentado e eu disse que não daria tempo para atravessar. Ela esperou só um carro e o segundo a atingiu. Não teve nem como o motorista frear”, relatou Alessandra.
O motorista contou que não viu a vítima, conforme explicou a tenente Cristina, do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran). “Foi uma fatalidade, infelizmente”, considerou a tenente. O motorista, de aproximadamente 30 anos, fez o teste do bafômetro, que não acusou álcool no sangue. O homem foi encaminhado pelo BPTran à Delegacia de Delitos de Trânsito, onde será aberto inquérito policial para investigação.
Acidente
Familiares contaram que, há um ano, Maria sofreu acidente de trânsito. O veículo em que estava deu perda total e ela sobreviveu. “Fraturou apenas a clavícula e tínhamos a sensação de que ela nasceu de novo, isso é a prova de que quando tem que ser não temos como evitar”, lamentou Rosana Maria Leite Viana, 37 anos, nora da vítima. Maria Elza de Souza morava sozinha no Sitio Cercado. Trabalhava como cozinheira em uma igreja próxima do local do acidente. Deixou dois filhos e três netos.
Perigo
Moradores estão revoltados com os constantes acidentes na Rua Tijucas do Sul. “Aqui só tem radar pra cobrar multa, mas para salvar uma vida não tem nada”, disse Ademir Silva, 52 anos. “A via é movimentada e toda semana tem um acidente, hoje foi fatal, até quando vamos precisar ver pessoas morrendo assim?”.
Por conta do grande movimento pela manhã e no fim da tarde, os moradores pediam por lombadas ou travessias elevadas. “Os motoristas passam muito rápido”, completou o morador.
De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Trânsito (Setran), ainda não existe nenhum projeto de construção de lombada na Rua Tijucas do Sul, mas que foi pedido um levantamento ao BPTran do número de acidentes no local para, então, estudar o que será feito para atender a população.