Com medo de atravessar pela passarela de pedestres, Delacir de Fátima Penkal, 45 anos, resolveu se aventurar na Linha Verde (BR-476), por volta das 8h da manhã desta segunda-feira (3), e morreu atropelada por uma motocicleta no km 140,1, no Pinheirinho. Delacir empurrava o carrinho de bebê ao lado da filha, Débora, que carregava a neta da vítima no colo. Por pouco, ela e a criança não foram atingidas.

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Quando as duas colocaram os pés no asfalto, o motorista de um ônibus de turismo, identificado como Romão, dirigia pela faixa central e chegou a frear e ligar o pisca alerta para alertar os demais motoristas. O atendente de farmácia Leandro Tobias, 31 anos, pilotava a moto Kasinski CRZ atrás do ônibus. Ele viu o alerta ligado e decidiu ultrapassar o veículo pela faixa da esquerda, atingindo a mulher que quase chegava à calçada depois de cruzar a rodovia.

Débora ficou desesperada e chorava o tempo, tremendo, todo ao lado da mãe morta no asfalto. O bebê foi retirado do local.

O motoqueiro também ficou transtornado com o choque. Ele ia para a Pontifícia Universidade Católica (PUC-PR), onde cursa arquitetura quando aconteceu a tragédia. “O motorista ligou o alerta, eu tirei para a esquerda e, de repente, a mulher apareceu na frente do ônibus”, relatou.

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Medo

A irmã da vítima contou que Delacir tinha medo de passar pela passarela, que fica a cem metros do local do atropelamento. “Ela era muito nervosa. Tinha problema de nervos desde pequena. Estava indo tirar a carteira do Bolsa Família com a filha quando foi atropelada. O motoqueiro quase passou por cima da minha sobrinha também, mas ele não teve culpa”, lamentou a mulher.

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Um dos motivos do pavor podem ser os constantes assaltos que ocorrem na passarela, segundo informou um homem que trabalha na região. “Eu trabalho na loja de caminhão e já presenciei de sete a oito assaltos na passarela. Ninguém passa ali de medo. Não tem hora para acontecer”, contou.