Mulher abandona bebê em terminal de Foz do Iguaçu

Ainda não há pistas sobre os pais do bebê deixado no Terminal de Transporte Urbano de Foz do Iguaçu, na tarde de domingo. A menina, de apenas alguns dias, foi entregue por uma mulher – desconfia-se que tratava-se da própria mãe – a uma zeladora, no banheiro do terminal. O pedido era para que a funcionária segurasse a criança enquanto ela iria comprar fraldas, mas a mulher não retornou. A Polícia Militar foi acionada e o bebê, levado para o Conselho Tutelar da cidade e encaminhado a um abrigo. Ontem, o conselho recebeu dezenas de ligações de pessoas interessadas em adotar a criança.  

Luana, como foi batizada pelos conselheiros, tem entre três e cinco dias e não apresenta qualquer problema de saúde ou sinal de descuido. Ela foi submetida a exames mais específicos, mas, de acordo com os médicos, aparenta estar muito bem. A conselheira tutelar Luciane Farias de Jesus, que estava de plantão ontem, conta que o caso foi imediatamente levado ao juiz da Vara da Infância e Juventude de Foz, Rui Muggiati.

Ele buscará informações sobre a família do bebê e, depois disso, decidirá sobre possibilidade de adoção. ?Temporariamente, ela ficará em um abrigo, mas já tem muita gente interessada em ficar com ela?, conta a conselheira, que recebeu dezenas de ligações ontem, no celular, e na sede do Conselho Tutelar de pessoas que querem adotar Luana. ?Mas eu logo informo que a decisão depende do juiz e recomendo que se dirijam ao Fórum, onde contarão com um grupo de apoio?, diz.

Abandono

Segundo Luciane, a criança estava bem vestida ao ser entregue à zeladora do terminal. ?Ela usava fralda descartável e não tinha assaduras. Não foi detectado nenhum tipo de negligência, como é comum nesses casos.? Além de relatar o caso para a Justiça, o Conselho também fez a denúncia à Polícia Civil, que deve investigar criminalmente o que aconteceu. Ontem, o delegado adjunto de Foz, Marcelo Sakuma, ouviu em depoimento a funcionária Natália Maria Saldanha da Silva e adiantou que há poucas pistas sobre os familiares. ?Vamos investigar, mas por enquanto está difícil obter qualquer informação. Ela (a suposta mãe) apenas entregou o bebê e sumiu.?

As descrições dadas pela zeladora também não oferecem muitas pistas, afirma o policial. ?Ela contou que a senhora tinha sotaque espanhol, idade mediana, nada que possa chamar a atenção nas características físicas.? A polícia abriu inquérito e tentará localizar a mãe. O ato, segundo o delegado, configura crime de abandono de recém-nascido e pode dar de seis meses a dois anos de prisão. O prazo para que a polícia conclua as investigações é de trinta dias. Caso a família não seja encontrada, o relatório do inquérito será encaminhado ao juiz, que deve anexá-lo ao processo para decidir o destino da criança. 

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