Muitos sabem, mas poucos se protegem contra a aids

Pesquisa feita pela Ong Bem-Estar Familiar no Brasil (BemFam) mostra que o nível de informação sobre as formas de contágio e a prevenção na transmissão da aids é alta nas três capitais do Sul do País. No entanto, muitas pessoas continuam adotando comportamentos de risco, deixando de usar camisinha em relações sexuais e compartilhando seringas. Foram entrevistadas 1.200 pessoas, de setembro a dezembro de 2002, de quatro grupos considerados vulneráveis: homens que fazem sexo com homens (HSH), profissionais do sexo (PS), caminhoneiros e usuário de drogas injetáveis (UDI).

Segundo Elisabeth Ferraz, muitas pessoas mesmo sabendo dos riscos a que estão expostas deixam de se proteger devidamente. Segundo ela, a pesquisa mostrou que agora é hora de governo e ONGs investirem para mudar o comportamento das pessoas.

Elisabeth comenta que em todos os grupos a maioria se descuida do uso da camisinha quando está com parceiros fixos. “A questão é complexa. Tem gente que diz que depois de duas semanas já dá para conhecer o parceiro e deixar de usar,” fala. Entre os HSH 95% não costumam usar, entre UDI e caminhoneiros são 97% e entre as PS são 95%. Elisabeth fala que as PS costumam ver a camisinha como um instrumento de trabalho, mas com seus parceiros deixam de usá-la.

Entre o grupo UDI, 32% dos entrevistados afirmaram que usam drogas injetáveis pelo menos uma vez por semana e muitos, pelo menos alguma vez, compartilharam seringas.

O dado preocupa já que 46% dos UDI afirmam que nos últimos seis meses em algum momento tiveram relações sexuais sem uso de preservativos e 32% não se consideram dentro de um grupo de risco. Ontem foram lançados em Curitiba quatro livros com todas as conclusões da pesquisa. Cada volume é dedicado a um grupo.

Em 4.º

No Sul do Brasil, no período de 1980 a 2002, entre os 100 municípios com maior número de casos notificados, Porto Alegre está em terceiro lugar, Curitiba em quarto e Florianópolis em 15.º.

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