Mudanças no Mãe Curitibana não foram bem recebidas

As mudanças no atendimento pelo Programa Mãe Curitibana não foram bem recebidas pelas pacientes do sistema destinado a gestantes e bebês. Pelo novo modelo, mães e filhos serão acompanhados por médicos generalistas integrantes das equipes de estratégia da família, o que até então era realizado por ginecologistas, obstetras e pediatras.

O assunto repercutiu em blogs e nas redes sociais, com manifestações contrárias ao que foi classificado como “desmanche” da iniciativa implantada em 1999 e se tornou referência nacional. Os responsáveis pelo programa defendem que as novidades pretendem melhorar o atendimento às famílias. Pelo Twitter, o prefeito Gustavo Fruet manifestou total apoio ao programa. “Não repercuto intrigas dos que se prestam à desinformação e até maledicências”, escreveu.

Suporte

A nova estratégia da família prevê atendimento por médico generalista habilitado a atender qualquer paciente em nível primário. “Obstetras e pediatras darão suporte às unidades de saúde. O fato do médico ser clínico geral não significa que não está habilitado para atender a criança”, afirma o coordenador do Programa Mãe Curitibana, Wagner Barbosa Dias. Ele estima que 80% dos atendimentos podem ser realizados por clínicos gerais. Os 20% restantes representam casos que necessitam de especialistas e serão encaminhados. “Não veremos as grávidas apenas como gestantes. Vamos ver a paciente como um todo, junto com sua família”, diz.

As unidades de saúde Mãe Curitibana, no São Francisco, e Ouvidor Pardinho, no Rebouças, já contam com a novidade. Além de crianças e gestantes, os locais recebem também demais pacientes. A previsão é que até 2014 todas as unidades de saúde adotem o novo modelo de acompanhamento a grávidas e recém-nascidos, que segue as diretrizes da Rede Cegonha, do governo federal. “A Rede Cegonha também prevê acompanhamento da criança de zero a 24 meses, dá incentivos ao parto normal e ainda pelas boas práticas de atendimento à gestante. Será possível duplicar o valor aplicado”, informa Dias.

Reclamação e desconfiança

Mães e gestantes atendidas pelo Mãe Curitibana ainda olham com desconfiança para as mudanças no programa. A principal queixa é pela ausência de especialista. “Não gostei. Os clínicos não são especializados”, afirma a analista de cobrança Leiliani Delize. De acordo com as informações que recebeu, ela e seu filho Victor Hugo foram encaminhados a unidades diferentes de atendimento. “Antes era tudo na unidade Mãe Curitibana. Aqui fiz meu pré-natal, tudo”, conta ela, que preferia continuar a ser atendida no São Francisco. O auxiliar de tráfego Eduardo Garcia também ficou receoso em relação ao atendimento para sua filha Maria Clara. “Soube que será um médico da família, mas preferia um pediatra para ela”, diz.

Felipe Rosa
Leiliani não gostou.
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