Muitos usuários do Sistema de Assistência à Saúde (SAS), destinado aos servidores estaduais e bancado pelo governo do Paraná, ainda estão com dúvidas e enfrentando dificuldades com a mudança do prestador de serviços em Curitiba e região metropolitana. Desde o dia 1.º deste mês o atendimento está sendo feito pelo Hospital São Vicente.
Os usuários têm ido direto ao hospital, no centro de Curitiba, e sido encaminhados para outra clínica, dependendo da especialidade procurada. Além disso, os pacientes que estavam com tratamento em andamento no antigo prestador de serviços – o Hospital Evangélico – terão que recomeçar tudo no novo hospital.
O executivo de contas Daniel Lantmann levou ontem o pai, Almiro Lantmann, de 84 anos, até o Hospital São Vicente. Almiro sofreu uma queda há dois meses e teve problemas na coluna.
Mesmo com as receitas e pedidos de exames feitos no Hospital Evangélico em mãos, os dois foram informados de que o paciente teria de passar novamente por um clínico geral e, depois, por um médico especialista. “Viemos com todo o encaminhamento e nos deram essa notícia. Vamos ter que recomeçar do zero”, disse Lantmann.
Além disso, o paciente precisou se deslocar para conseguir atendimento. O filho acompanhou o pai até uma clínica no bairro Mercês, onde são realizadas as consultas eletivas pelo SAS.
“Falaram que aqui (na sede do hospital, na Vicente Machado) é só emergência e que para as consultas eletivas temos que ir até as Mercês. A sorte é que hoje eu vim de carro, acompanhar meu pai, e eu posso ir até lá”, afirmou Lantmann.
Ele relatou ainda a existência de filas no centro criado dentro do Hospital São Vicente para atendimento dos usuários do SAS. No entanto, ressaltou boa vontade por parte dos atendentes.
Reclamações
A coordenadora do Fórum dos Servidores Estaduais, Elaine Rodella, conta que existem várias reclamações por parte dos usuários do SAS. De acordo com ela, o Hospital São Vicente assumiu a prestação de serviços sem uma estrutura adequada e, por isso, as reclamações, no entender dela, são procedentes.
Ela lembra ainda que os servidores têm críticas em relação ao SAS, especialmente sobre o controle do dinheiro repassado pelo governo do Estado aos hospitais credenciados em todo o Paraná e sobre uma série de exclusões na cobertura.
A reportagem de O Estado ligou para o 0800-600-2244, número em que os usuários podem obter informações e marcar consultas pelo SAS. Na espera da ligação, há uma gravação comunicando que haverá dificuldades iniciais no início do sistema no Hospital São Vicente, mas que serão superadas. Ainda pede-se colaboração de todos.
Hospital esclarece dúvidas
O Hospital São Vicente, por meio da assessoria de imprensa, informou que está estabelecido por contrato o recomeço de todos os tratamentos que estavam em andamento e que foram iniciados no Hospital Evangélico, o antigo prestador de serviços do SAS.
Todo usuário nessa situação terá de reiniciar o processo. Isso atinge inclusive quem já tinha cirurgias eletivas marcadas. O Hospital São Vicente aconselha os pacientes a pegarem o prontuário no Evangélico e levar toda a documentação na nova consulta.
O hospital ainda esclarece que a sede, na Rua Vicente Machado, vai atender somente casos de urgência e emergência – sem a necessidade de prévia ligação para o call center – e consultas eletivas nas áreas de cardiologia, otorrinolaringologia e ortopedia, além das cirurgias.
As demais consultas serão feitas no Instituto Hausted, que fica na Rua Roberto Barrozo, 1381, nas Mercês. De acordo com a assessoria de imprensa, essa informação está sendo repassada pelo call center na marcação da consulta.
O hospita,l afirma que está fazendo melhorias para atender o usuário SAS.
A Secretaria de Estado da Administração e Previdência, responsável pelo SAS, confirmou, por meio de assessoria de imprensa, que o local da consulta está sendo informado na marcação da mesma, pelo telefone.
São 113.405 beneficiários do SAS na macrorregião Curitiba e região metropolitana, que abrange 37 municípios, inclusive os do litoral. Em Paranaguá existe uma clínica que atende os pacientes das cidades litorâneas.