Ficou para o mês de agosto a decisão sobre a adesão do Hospital das Clínicas (HC) e da Maternidade Victor Ferreira do Amaral à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). A decisão foi anunciada na manhã de ontem em entrevista coletiva pelo reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Zaki Akel Sobrinho, que justificou o adiamento alegando a falta de tranquilidade para tomar qualquer tipo de ação. “Não tivemos como realizar a reunião do Conselho Universitário (Coun) de maneira aberta, serena e democrática. Por isso adiamos. Vamos trazer primeiro o debate sobre o tema, trazendo todas as informações necessárias para esclarecer que não há privatização e não haverá demissões”, disse Akel.
Nos últimos dez dias, três reuniões do Coun que analisariam a proposta de gestão compartilhada foram interrompidas. Nos dois primeiros encontros, os cancelamentos ocorrem por falta de segurança, já que manifestantes impediram o acesso dos membros do Coun. A terceira reunião, marcada para a última segunda-feira, foi suspensa por uma liminar que alegava que a sessão era irregular porque o local não foi avisado com 48 horas de antecedência.
De acordo com Akel, até o início de agosto a UFPR vai oferecer informações completas sobre o tema. “Vamos inundar a universidade com dados sobre todos os itens explicados detalhadamente. Iremos distribuir uma cartilha sobre a Ebserh e queremos transmitir debates em telões. Queremos ampliar o debate junto à comunidade para esclarecer toda e qualquer dúvida”, afirma.
Continua 100% SUS
O reitor da UFPR aproveitou a entrevista para reforçar que todos os esforços estão sendo feitos para que os 916 funcionários da Fundação da Universidade Federal do Paraná (Funpar) sejam mantidos por pelo menos mais cinco anos. “Estamos negociando com Ebserh uma cláusula no contrato de co-gestão que preveja estabilidade desses servidores por mais cinco anos. E nesse prazo mais de 70% já poderão se aposentar”, informa. Akel também informou que o debate da Ação Civil Pública que determinava a demissão dos trabalhadores continua. “É prioridade da UFPR lutar pela manutenção desses servidores”, diz.
Akel disse ainda que os boatos em relação à privatização do HC e da Maternidade Victor Ferreira do Amaral são inverídicos. “Não tem o menor cabimento esses rumores. São mentiras espalhadas de maneira criminosa. A Ebserh é uma empresa do governo federal. É um empresa pública. Não vai haver cobrança de consulta, serviço ou atendimento. Isso está previsto no estatuto da Ebserh e o HC continuará 100% SUS”, afirma.
