Mudança em parque causa apreensão

O plano de manejo para readequar ambientalmente o Parque Estadual do Monge, na Lapa, está gerando preocupação aos proprietários de terras e empreendimentos na região do parque. Márcio Assad é um dos exemplos. Dono de uma pousada no centro histórico da Lapa e um restaurante dentro do parque, ele tem a intenção de construir outra pousada, desta vez dentro do parque. Todavia, com a apresentação prévia do plano de manejo feita no mês passado, não ficou claro a Assad e a outros proprietários como seria solucionada a questão fundiária.

Assad disse confiar plenamente no secretário de Estado do Meio Ambiente, Luís Eduardo Cheida, e no presidente do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Rasca Rodrigues, e também considera necessário o manejo no parque. Entretanto, citou que algumas ações do Estado levam os donos de terra a se preocupar.

A primeira preocupação diz respeito ao exemplo dado quando do tombamento para o patrimônio histórico do centro da Lapa. “O Estado tombou dezoito quadras com o pressuposto de que quem estava destruindo o patrimônio eram os moradores da cidade. Mas isso não era verdade, órgãos públicos é que acabaram agredindo o patrimônio. Espero que isso não aconteça desta vez”, contou Assad.

A reportagem acompanhou Assad até o parque. “O esgoto está irregular, existem obras sem nenhum critério, nenhuma relação com o contexto histórico que há na Lapa. Esperamos que os critérios para a questão fundiária sejam bem claros”, destacou, afirmando que há a possibilidade de que toda parte comercial do parque seja levada para outra área, como se especula. “Nossa expectativa é que sejam respeitados os proprietários e seu diferentes graus de interesse nas terras do parque”, afirmou.

Discussões

A diretora do Departamento de Turismo da Lapa, Vilma Wille, explicou que todo o plano de manejo foi feito pela STCP ? Engenharia de Projetos Ltda. “O que aconteceu foi apenas uma apresentação prévia, mas com certeza novas discussões serão feitas com a comunidade. Os órgãos que estão trabalhando no plano de manejo estão agindo sempre em consenso e baseados na legislação”, afirmou Vilma, destacando que o plano prevê ações a curto, médio e longo prazos. A curto prazo, num período máximo de um ano, o que mais agride a natureza deve ser retirado. “O parque recebe cerca de 8 mil turistas por mês. O fluxo maior é aos domingos e feriados, quando o número ultrapassa três mil turistas. Hoje, a estrutura de banheiros e estacionamento não comporta todos esses turistas”, destacou Vilma, adiantando que uma nova sede para a área social deve ser construída. “Aí atrairíamos o turista que busca lazer e descanso e convívio com o meio ambiente. Além dos pagadores de promessa. E na área social do parque o outro turista, que vem para dançar, fazer churrasco, etc.”, destacou Vilma.

O Parque Estadual do Monge tem um área de cerca de 260 hectares. O local foi habitado no século XIX pelo monge João Maria d?Agostinis. Daí o fato de muitas pessoas procurarem o local à espera de curas e milagres.

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