Mudança em curso de rio causa enchente em bairro

As enchentes já fazem parte do cotidiano dos moradores do bairro Jardim Rafaela, em Almirante Tamandaré. Eles contam que o problema começou há cerca de quatro anos, quando o curso de um córrego que passa às margens da Rodovia dos Minérios foi desviado e o manilhamento realizado no local deixou o rio sem vazão suficiente para a água da chuva.

Segundo os moradores atingidos, o córrego foi alterado no trecho em que passa pelo terreno do empresário Antonio Carlos Buzzato, dono uma revendedora de carros. Eles pediram ajuda para a Prefeitura da cidade, mas a única resposta obtida até agora foi a limpeza do córrego. A reportagem de O Estado não conseguiu contato com o empresário.

O secretário de Comunicação da Prefeitura de Almirante Tamandaré, Geraldo Serathiuk, explica que a Prefeitura não participou do manilhamento, e, além disso, a área fica às margens da rodovia e pertence ao DER, cabendo ao Estado a fiscalização. O secretário disse ainda que no início do ano passado houve uma reunião entre a Prefeitura e a Suderhsa (Superintendência de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental) e havia ficado acertado que seriam tomadas as providências necessárias pelo órgão.

IAP aponta Prefeitura

Mas o presidente do IAP (Instituto Ambiental do Paraná), Rasca Rodrigues, afirma que quem colocou as manilhas foi a Prefeitura de Almirante Tamandaré. Agora o órgão ambiental está elaborando um projeto técnico para resolver o problema. Assim que ficar pronto será proposto à Prefeitura um termo de ajuste para que ela realize as obras.

Mas enquanto o problema não é resolvido, os moradores continuando sofrendo com as enchentes. Maria Helena Larsen mostra as marcas deixadas pela água nas paredes da casa e nas portas. Além dos problemas no reboco também foram inúmeros os móveis que perdeu nestes últimos quatro anos. Ontem mesmo estava jogando fora um guarda-roupa que apodreceu. Sem falar do medo de pegar doenças como a leptospirose, Maria Helena conta que os netos estão traumatizados com a situação. “Não podem ver nuvem escura no céu que já se desesperam”, diz. A última enchente no local ocorreu há 15 dias.

Angela Maria da Silva também sofre com a enchente. Ela chegou até a erguer uma mureta de 50 centímetros no portão para evitar que a água entre no terreno. O mesmo procedimento foi adotado para isolar as portas da casa. Mas a medida não resolve o problema já que entra também água pelo ralo do banheiro. Ela já trocou todos os móveis da casa.

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