Cerca de 150 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam novamente, no domingo, a fazenda Araçá, entre os municípios de Marmeleiro e Renascença, a dez quilômetros de Francisco Beltrão, sudoeste do Estado. Há cerca de um mês, a Secretaria da Segurança Pública já havia cumprido uma ordem de reintegração de posse na mesma propriedade. A nova invasão foi promovida pelas mesmas famílias retiradas na ocasião.
Segundo informações da PM, os sem terra teriam feito um dos funcionários da fazenda refém no momento da entrada. No entanto, com a chegada da polícia ao local, ele foi logo libertado. Adir da Luz, integrante do MST, disse que o funcionário, que era segurança da fazenda, ficou preso porque agrediu os sem terra. ?Ele veio com uma caminhonete para cima de nós?, disse. Segundo o MST, balas de borracha também teriam sido disparadas pela polícia, mas ninguém saiu ferido.
Para Adir, a ocupação é um direito do MST: ?Essa terra é pública. Vamos reconstruir o que fizemos em um ano e foi destruído quando nos expulsaram.? O chefe regional do Incra, Carlos Carboni, explica que 300 dos 800 hectares da fazenda são de titularidade do órgão, mas a posse é do médico Nelson Sandini. ?Estamos avaliando se ele vai obter ou não o título. Se a terra continuar do Incra, pode ser desapropriada para reforma agrária. Mas, por enquanto, ele tem o direito de requerer a posse.? Sandini não foi localizado pela reportagem.
Syngenta
Enquanto isso, em Santa Tereza do Oeste, continua lenta a retirada dos sem terra da fazenda da Syngenta. O líder do acampamento, Celso Barbosa, diz que hoje todas as famílias estarão instaladas no acampamento vizinho. ?Pedimos tempo até amanhã (hoje) para sair e vamos cumprir com o combinado.? Enquanto a Justiça de Cascavel aguarda resultado da vistoria do oficial de justiça sobre a situação no local, a multa ao governador Requião atinge R$ 14 mil, já que o prazo para reintegração de posse está vencido há uma semana.