Dando continuidade às mobilizações realizadas durante toda esta semana no País, os integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Estado se reuniram ontem com a direção da Superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária do Paraná (Incra-PR), em Curitiba.

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A discussão tratou das reivindicações do movimento, que são o assentamento de cinco mil famílias acampadas no Estado; a anulação de títulos de pelo menos 56 áreas; criação de um programa agroindustrial e assistência técnica para os assentamentos.

A liberação de R$ 711 milhões para reforma agrária também foi levada ao governo federal ontem, em Brasília, em reunião entre representantes do movimento e os ministros Luiz Dulci (Secretaria Geral) e Guilherme Cassel (Desenvolvimento Agrário).

Paraná

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Antes da reunião em Curitiba, integrantes do movimento ocuparam a frente da sede do órgão, que fica na Rua Doutor Faivre, no Centro, deixando o trânsito mais lento durante toda a manhã. Segundo Diego Moraes, membro da coordenação estadual do MST, as negociações avançaram.

“Eles nos apresentaram o plano de assentamento; o Incra se comprometeu a fazer (os assentamentos) na medida em que os recursos forem liberados em Brasília”, disse.

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O Incra-PR informou que neste ano já foram assentadas 178 famílias e a intenção é assentar outras 6.330. Mas, para isso, é necessária a desapropriação de 70 imóveis, ainda em trâmite, além dos recursos federais.

Recursos

Outro ponto pleiteado pelo MST é o descontingenciamento de R$ 711 milhões para o orçamento do Incra. A retenção diminuiu o orçamento do instituto no Estado em 40% este ano.

Em Brasília, a reunião de ontem entre os ministros, integrantes do MST e de outros movimentos terminou com a entrega das pautas. O governo ficou de analisá-las e dar resposta aos movimentos em uma nova reunião, na próxima terça-feira.

Uma das líderes do MST, Marina dos Santos, se disse “um pouco decepcionada” porque nenhuma proposta oficial foi apresentada. Ela afirmou estar preocupada também com o fato de o governo não se comprometer com o assentamento de 90 mil famílias em todo o Brasil.

A militante não fez ameaças de novas invasões. O ministro Guilherme Cassel, por outro lado, já adiantou que dificilmente o governo poderia assentar o número requerido pelo MST.