Cerca de duzentos integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) de várias regiões do Estado passaram a tarde de ontem reunidos no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Curitiba, discutindo uma série de reivindicações. Entre elas, o assentamento de 8 mil famílias que estão acampadas em todo o Paraná, a regularidade na distribuição das cestas básicas e o acesso ao crédito.
Um dos coordenadores do MST no Paraná, José Damasceno, diz que o processo de Reforma Agrária implantado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva anda aquém das expectativas dos trabalhadores rurais. O maior problema é a lentidão. Eles querem que o Incra agilize o assentamento das oito mil famílias que estão acampadas em 75 áreas no Paraná, sendo cinco em beira de estradas. Durante o encontro, os agricultores cobraram informações sobre o processo de desapropriação e compra de cada uma das áreas invadidas.
Os trabalhadores também reclamam que as cestas básicas distribuídas pelo governo federal chegam com muito atraso. O intervalo entre as entregas deveria ser de 45 dias, mas este ano os mantimentos foram distribuídos apenas duas vezes. Outra reivindicação da categoria é o acesso ao crédito.
Os recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) estão chegando com atraso. O grupo também pressiona o governo para que atualize os índices que medem a produtividade das áreas que podem ser desapropriadas. Apesar de todo o desenvolvimento tecnológico eles datam ainda da década de 70.
De acordo com o Incra, das 75 áreas questionadas pelo movimento, 35 estão em processo de compra ou desapropriação, além de outras 65. No entanto, não existe previsão para que as famílias sejam assentadas. Mas é meta nacional que o Paraná assente este ano 2.400 famílias, o que o Incra no Estado pretende cumprir.