Foto: Evandro Monteiro/O Estado

Militantes saíram insatisfeitos.

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Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e outros movimentos sociais se reuniram ontem com o corregedor do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), José Antônio Vidal Coelho, para cobrar medidas sobre os simuladores de urnas encontrados na fazenda do deputado federal licenciado José Janene (PP-PR). O corregedor informou que um ofício foi encaminhado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), solicitando a presença de peritos para verificar a situação. Porém, o pedido ainda não foi atendido. Apesar da resposta, os militantes não pareciam satisfeitos.

?Essa reunião foi solicitada no sentido de obter informações sobre que medidas foram tomadas. Vamos ficar permanentemente vigilantes sobre esse caso. Temos que voltar a falar com o juiz de Londrina e verificar porque o ofício foi encaminhado diretamente para o TSE. Se é pelo fato de se tratar de um deputado federal…?, questiona Roberto Baggio, representante do MST no Estado.

Segundo ele, o encontro de simuladores e outros materiais de campanha na fazenda do deputado lembra os antigos períodos políticos. ?O latifúndio sempre controlou o judiciário e a política. O fato de termos encontrado esse material em um latifúndio de um deputado confirma que isso ainda existe. Contra isso devemos ter vigilância e cobrança por medidas definitivas?, afirma. Além do MST, estavam presentes na reunião integrantes da Via Campesina, da Terra de Direitos, Comissão Pastoral da Terra (CPT) e da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS).

A ocupação da Fazenda Três Jota, em Guaravera, região de Londrina, pelo MST, já dura uma semana. Baggio explica que uns dos motivos da fazenda ter sido ocupada é por ser ?um insulto em uma região onde há mais de duas mil famílias aguardando para serem assentadas, um político, em três anos, comprar 11 fazendas e ninguém investigar ou tomar atitude?.

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A defesa do deputado Janene cobra o cumprimento da reintegração de posse, que também saiu há uma semana. ?Estamos preocupados com a reintegração que ainda não foi cumprida, ao invés de nos preocuparmos com três simuladores de urna que ninguém sabe quem colocou lá?, diz o advogado Adolfo Góes. Segundo ele, enquanto a reintegração não é executada, a fazenda está abandonada. ?Os animais estão morrendo de fome ou sendo sacrificados. Ficamos sabendo que dois caminhões de gado saíram carregados da fazenda, inclusive denunciamos para a polícia. Não entendemos porque ainda não foram retirados?.

A Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp) informa que ainda não recebeu da Polícia Militar local nenhum documento ou pedido de autorização para uso de força policial para essa reintegração de posse.

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