Cumprindo um mandado de reintegração de posse, oficiais de Justiça e policiais da região noroeste do Estado começaram o processo de desocupação da Fazenda Santo Antônio, em Paranapoema, na manhã de ontem.
Caminhões da Prefeitura foram ao acampamento para retirar os pertences dos sem terra e levá-los a uma nova área, cedida pelo município, mas foram impedidos de entrar na fazenda, já que os integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra apesar de concordarem em desocupar a fazenda pacificamente (a desocupação que deve se estender até quarta-feira), não aceitaram ser levados para tal área.
?A Prefeitura quer nos levar para lugares escondidos, onde o povo não possa nos ver. Nós queremos ficar às vistas da sociedade para que todos tenham ciência do grave problema da distribuição de terras no País?, comentou André Pereira, um dos integrantes do movimento na região, justificando a preferência das 280 famílias em ficarem acampadas às margens da rodovia (PR-464), ao invés de irem para a área cedida pela Prefeitura. ?Vamos ficar na estrada por tempo indeterminado, até que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) tenha uma solução definitiva para nossas famílias, disse, lembrando que há cem dias esses sem terra foram retirados de outra fazenda.
A assessoria de imprensa da superintendência regional do Incra no Paraná informou que ainda não há uma área definida para ser destinada a essas famílias e que há uma demanda de cerca de 10 mil famílias a serem assentadas no Estado, que tem 114 acampamentos de sem terra espalhados por seu território. O Incra trabalha com uma meta de assentar cerca de 2.200 famílias por ano.