A adoção de horário reduzido de atendimento em quinze unidades básicas de saúde de Umuarama, na região noroeste de Paraná, fez com o que o Ministério Público Federal (MPF) ajuizasse uma ação cobrando a abertura dos postos em tempo integral.

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Há três semanas, a prefeitura implantou horário especial das 7h às 13h em alguns setores da saúde e parte da administração municipal. Com a medida, a prefeitura visa a reduzir em mais de R$ 100 mil os custos da máquina pública.

No entanto, o procurador da República, Robson Martins, entende que a redução no horário não poderia atingir as unidades básicas de saúde. “Como medida de precaução, resolvemos requerer a volta do horário normal de atendimento, até porque as pessoas não têm horário para ficar doentes”, revelou Martins.

Outro agravante, na avaliação do membro do Ministério Público Federal, é que o município recebe recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) para manter as unidades básicas de saúde.

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“Por isso a ação cobra uma resposta não só da prefeitura, mas do Estado e União”, comentou. Segundo o procurador, a Justiça já se manifestou sobre o pedido e deu um prazo de 72 horas para que as três instâncias se manifestem. Esse prazo vence na sexta-feira.

O diretor-geral do Departamento de Saúde de Umuarama, Nilson Manduca, disse que não entende o pedido do MPF, pois a adoção de horário especial na prefeitura no final do ano sempre ocorreu.

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Além disso, outras prefeituras da região também teriam implantado horário especial de atendimento, mas não teriam sido cobradas. Manduca explicou que Umuarama possui 23 unidades de saúde e que “apenas” 15 passaram a atender das 7h às 13h.

Os oito postos do Programa da Saúde da Família, Pronto Socorro Municipal e os três hospitais continuam atendendo nos horários normais. “Dessa forma a população não fica desatendida”, argumentou.

O procurador Robson Martins garantiu que irá oficiar as 28 prefeituras de municípios que estão sob responsabilidade do Ministério Público Federal de Umuarama e, caso constante a redução de atendimento na saúde, também irá acionar a Justiça.

Improbidade

O MPF de Umuarama também ajuizou, no último dia 12, uma ação civil pública de improbidade administrativa contra o prefeito da cidade Luiz Renato Ribeiro de Azevedo, a diretora da Fundação Cultural e Esportes de Umuarama, Sirley Fátima de Souza, e o ex-coordenador do Programa Segundo Tempo, Alan Mackert dos Santos.

O MPF constatou que houve desvio no dinheiro encaminhado ao município de Umuarama para a realização do projeto Segundo Tempo, do Ministério dos Esportes.

A ação originou-se de procedimento administrativo iniciado pela Advocacia-Geral da União (AGU), que encaminhou cópias ao MPF de documentos que relatavam possíveis fraudes na execução do Projeto Segundo Tempo.

Tal projeto era destinado às crianças e adolescentes de vários municípios brasileiros, no contraturno do aprendizado, organizado pelo Ministério dos Esportes em parceria com a respectiva prefeitura.

O objetivo era democratizar o acesso ao esporte educacional de qualidade. No decorrer do procedimento verificou-se que a União repassou ao município R$ 372.000,00. No entanto, há indícios de que tal dinheiro foi desviado.

Na ação, o MPF pediu a indisponibilidade dos bens dos acusados, para fins de ressarcimento ao patrimônio público, além da perda do cargo público, multa civil e suspensão dos direitos políticos.