MP pode pedir prisão preventiva de Cleber Salazar

Com a prisão temporária de Cleber Salazar se aproximando do fim, o Ministério Público do Paraná (MP-PR) estuda a possibilidade de solicitar a prisão preventiva do empresário, de acordo com a promotora Cristina Corso Ruaro. Ele é acusado de ser o responsável por fraudes em postos de combustíveis, conforme reportagem do programa Fantástico, da Rede Globo. Salazar, que se apresentou à polícia no último dia 9, já teve sua prisão temporária prorrogada, passando de cinco para dez dias, prazo que termina nesta quarta-feira (18).

Enquanto isso, a Delegacia de Crimes Contra a Economia e Proteção ao Consumidor (Delcon) corre contra o tempo para concluir o inquérito policial o quanto antes, subsidiando o MP com informações que comprovem a necessidade da prisão preventiva do empresário. Após a fiscalização em postos de combustíveis de Curitiba e Região Metropolitana, na qual foram encontradas irregularidades em 14 deles, a polícia está dando continuidade ao trabalho, ouvindo os depoimentos dos proprietários desses estabelecimentos.

Os depoimentos tiveram início nesta segunda-feira (16), quando o empresário Ângelo de Albuquerque Gobbo, proprietário dos postos Jockey, em Curitiba, e Arrancadão, em Pinhais, foi ouvido. O primeiro deles é um dos estabelecimentos denunciados na reportagem do Fantástico, o outro é o posto que apresentou maior número de irregularidades na fiscalização. De acordo com o delegado Jairo Estorilio, Gobbo não soube explicar o motivo de uma quantidade tão grande de lacres estarem rompidos nas bombas de seu estabelecimento.

No entanto, o que chamou a atenção da polícia foi outra informação prestada pelo empresário. “Ele disse que costumava pagar entre R$ 300 e R$ 400 por mês para a empresa de Salazar realizar a manutenção nas bombas. Isso pode ser mais um indício da existência da fraude, pois na reportagem do Fantástico, ele dizia que cobrava R$ 5 mil para trocar as placas de cada bico, mas em depoimento ele alegou que esse preço era para realizar a manutenção”, explica Estorilio.

Além dos proprietários de postos atendidos pela empresa Power Bombas Manutenção e Instalação Ltda., de propriedade de Salazar, a polícia também deve ouvir, ainda esta semana, o contador do empresário, Itamar Nolasco de Sousa. “Queremos verificar quais eram os fornecedores da empresa e para quem ela emitia nota, além de outras informações que ele possa prestar”, alega o delegado. A polícia também aguarda o resultado da perícia dos dois computadores apreendidos na sede da empresa de Salazar e da análise das placas apreendidas em postos e encaminhadas para o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro). Estorilio estima que o inquérito deve demorar ainda cerca de 60 dias.