MP pede que Requião acabe com os bingos

A procuradora-geral de Justiça, Maria Tereza Uille Gomes, pede ao governador Roberto Requião a revogação da resolução que permite as atividades de bingo no Estado. “Se a resolução não for revogada, corremos o risco de ver o jogo de azar transformado em atividade legalizada, o que não é bom para a sociedade paranaense”, alerta.

Maria Tereza explica que, desde dezembro de 2001, a atividade do bingo está proibida em todo o País. Mas, por força da Resolução n.º 27, de 19 de agosto de 2002, do ex-secretário de Governo Cid Campêlo, os bingos paranaenses estão exercendo suas atividades normalmente.

“A resolução deu aparente legalidade ao jogo e vários estabelecimentos se credenciaram junto ao Serlopar (Serviço de Loteria do Estado do Paraná)”, explica Maria Tereza. “Tal ato normativo é inconstitucional, já que apenas a União pode legislar sobre temas de consórcio e sorteios.”

Segundo a procuradora-geral, atualmente, cerca de trinta bingos funcionam na capital, todos de forma irregular. “O bingo está vinculado a crimes como lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e sonegação fiscal”, destaca.

No documento encaminhado ao governo do Estado, que vai estudar o pedido e deve se pronunciar nos próximos dias, o Ministério Público (MP) faz um pequeno relato da história da introdução do jogo de bingo no Brasil.

De acordo, ainda, com o MP, todas as tentativas de regulamentação do jogo foram frustradas, já que houve uma série de escândalos envolvendo a exploração do jogo no Brasil, por intermédio das casas de jogo de bingo. Entre os exemplos estão os negócios do “comendador” João Arcanjo Ribeiro, chefe do crime organizado em Mato Grosso e envolvido também com caça-níqueis.

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