A superlotação de duas linhas de ônibus em Londrina chamou a atenção do Ministério Público (MP). O promotor de Defesa do Consumidor, Miguel Sogaiar, iniciou um procedimento investigatório preliminar e deu dez dias para que a Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) e as duas empresas que atuam no transporte coletivo do município prestem esclarecimentos sobre o problema. Uma das causas seria a substituição de veículos normais por microônibus.
Segundo o MP, as linhas que estariam com excesso de passageiros são a 205 Cafezal II, alimentadora, e a 102 Jardim Ideal, que liga o bairro ao centro da cidade. De acordo com Miguel, a superlotação atraiu a atenção do MP. ?Por enquanto, estamos averiguando a situação. Caso o problema não seja solucionado, podemos entrar com uma medida judicial com obrigação de fazer?, explicou.
De acordo com o promotor, o transporte coletivo é uma concessão ou permissão dada pelo poder público para as empresas, que têm que seguir os princípios de adequação, eficiência, segurança e continuidade. ?Com a superlotação, muitas vezes os coletivos nem paravam nos pontos para recolher passageiros. Como o sistema é integrado, isso prejudica quem tem horário para pegar um outro ônibus nos terminais?, afirmou.
CMTU
Para o diretor de transportes da CMTU, Wilson de Jesus, a implementação de novas tecnologias no transporte público de Londrina ainda não é bem aceita pela população. Segundo ele, os problemas com superlotação se devem, basicamente, a um aumento na demanda. ?No caso da linha 102, mudamos para os microônibus e o excesso de passageiros aconteceu, contrariando nossos estudos de impacto. Após verificar o ocorrido, notificamos a empresa para o retorno aos veículos normais no dia 24/5?, disse. No caso da linha 205, que, de acordo com a CMTU, sempre foi feita por microônibus, houve um desmembramento. ?Hoje, a Cafezal II é feita pelos veículos menores, no acesso ao terminal, e por veículos normais, para o acesso ao centro?, informou o diretor.