O procurador do Trabalho no Paraná, Ricardo Bruel da Silveira, instalou ontem procedimento de investigação sobre as condições de paranaenses que supostamente estariam sendo treinados para trabalhar como seguranças em instalações do Exército americano no Iraque.
Segundo o procurador, as investigações também devem acontecer em São Paulo e Goiás, além de uma feita pela Procuradoria Geral do Ministério Público do Trabalho, em Brasília.
Bruel disse que até o momento tudo que sabe foi através da imprensa. "Vamos verificar qual o objeto dessa contratação. Se realmente eles estavam indo para o Iraque trabalhar como seguranças ou não", disse, lembrando que também serão verificados os direitos trabalhistas e previdenciários dos contratados.
O procurador disse que não há prazo para conclusão das investigações, mas que se tipificar crime de aliciamento, o MP pode denunciar os aliciadores à Justiça ou assinar um termo de ajuste com a empresa.
A empresa em questão, que supostamente já teria treinando trezentas pessoas, entre militares e ex-militares brasileiros, é a Tees Brazil-Tatical Explosive Entry School.
Ontem, a Tees Brazil, que é norte-americana de origem, mas tem uma sede onde faz treinamento de profissionais militares, em Almirante Tamandaré, Região Metropolitana de Curitiba (RMC), desmentiu seu envolvimento no caso. Segundo a nota, a Tees Brazil foi consultada em 2004 por uma empresa canadense sobre a viabilidade de recrutar, selecionar e treinar policiais brasileiros (na ativa, em licença e aposentados) e militares das Forças Armadas (reformados e aposentados) interessados em ir ao Iraque. Após isso, a Tees Brazil solicitou análise legal sobre a questão e emitiu uma nota sobre o projeto em sua página na internet, todavia não chegou a executar os serviços. "Entretanto, seja em razão do conteúdo do parecer resultante da análise legal sobre o assunto, que apontava numerosos requisitos para atendimento das formalidades legais, seja em virtude da crescente instabilidade no Iraque, optou a Tees Brazil por não dar prosseguimento à solicitação da empresa canadense", diz a nota.