O problema dos menores de idade que esperaram dias para fazer cirurgias ortopédicas no Hospital Universitário (HU) de Maringá continuou, ontem. Na última quinta-feira, o superintendente interino do local, Durvalino Gusmão, informou à reportagem de O Estado que as seis crianças que aguardavam – na realidade eram oito – já tinham feito as cirurgias.
No entanto, na noite de quinta-feira, três delas que se preparavam para fazer o procedimento tiveram que voltar para os quartos, pois as cirurgias foram canceladas.
Uma delas ainda passou mal por causa do jejum. As três crianças foram finalmente operadas na tarde de ontem, após o Conselho Tutelar da cidade acionar o Ministério Público (MP) estadual.
Das oito crianças, cinco foram operadas no HU, duas no hospital Santa Rita e a última já recebeu alta. O conselheiro Vandré Fernando afirmou que o Conselho Tutelar acionou o MP porque não é a primeira vez que ocorre esse problema no hospital.
“Isso sempre se repete. O poder público tem que se preparar para essas situações. Há questões políticas e de gestão interna”, reclamou. O MP instaurou um procedimento para que medidas administrativas sejam cobradas junto ao HU e aos gestores municipal e estadual.
De acordo com o promotor da Infância e Juventude de Maringá, Robertson de Azevedo, o problema do hospital é antigo, bem como da saúde pública no Estado. “O MP já ajuizou várias ação civis públicas contra o Estado solicitando que ele destine o valor necessário à saúde pública. No caso do HU, as cirurgias não foram feitas não por negligência, mas sim, por falha do Estado”, acusa o promotor.
Em entrevista concedida a O Estadona última quinta-feira, Gusmão explicou que o HU passa por dificuldades há anos, e que é preciso mais investimentos para aumentar o número de leitos e a quantidade de salas de cirurgia, pois no momento há somente duas.
Ele relatou que as cirurgias tiveram que ser adiadas para que atendimentos de emergência pudessem ser feitos. Para que os primeiros jovens fossem operados, Gusmão disse que alguns atendimentos tiveram que ser bloqueados.