O alcoolismo entre os povos indígenas do Paraná é um assunto que vem preocupando as autoridades. Um levantamento feito pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa) com cerca de 7 mil índios nas áreas de Mangueirinha, Rio das Cobras, Pinhalzinho, São Jerônimo, Ocay e Ivaí identificou que 5% dessa população tem envolvimento com o álcool e outras drogas.
Ontem, a Coordenadoria do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Proteção às Comunidades Indígenas, do Ministério Público (MP), promoveu uma reunião com representantes de órgãos estaduais, federais e dos indígenas para discutir formas para combater esse problema.
De acordo com o promotor de justiça Luiz Eduardo Canto Bueno, o índice de dependência alcoólica entre os índios é maior que entre a população em geral, “devido a questões biológicas e por eles terem contato com destilados mais tarde, o que acaba viciando rapidamente”.
Além da violência, o alcoolismo tem provocado a morte prematura de indivíduos por causas como atropelamento, insolação ou hipotermia. Segundo a técnica em Saúde Mental da Funasa, Camila Borges, “o problema atinge mais os homens com faixa etária entre 25 a 50 anos”. Entre os fatores que contribuem para o alcoolismo aparecem ociosidade e baixa expectativa de vida.
A técnica comentou que a proposta para o problema é encaminhar esses indivíduos para tratamento na rede de assistência do Sistema Único de Saúde (SUS).
Aliado a isso, atrair parceiros como os grupos de Alcoólicos Anônimos existentes em todas as regiões do Estado, secretariais estaduais para trabalhar na prevenção do problema, e também desenvolver ações que atuem no resgate da auto-estima, promovendo o resgate das culturas e que favoreçam as atividades econômicas nas aldeias. Hoje, no Paraná existem cerca de 22 aldeias indígenas que abrigam perto de 15 mil pessoas.