O Ministério Público Estadual (MP) moveu uma ação civil pública contra a Associação de Apoio à Criança com Paralisia (AACP), de Curitiba, que é suspeita de ter desviado doações feitas pela população. A ação busca suspender as atividades da entidade, principalmente aquelas que dizem respeito à arrecadação dessas doações via telemarketing.

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A promotora responsável pela ação, Maria Natalina Nogueira de Magalhães Santarosa, não concedeu entrevistas. O MP informou que foi apurado que a AACP se resumia a um serviço irregular de telemarketing criado para arrecadar dinheiro.

Porém, não foi encontrada a comprovação da entrada dos recursos nem dos repasses aos supostos beneficiados. Portanto, o MP concluiu que há indícios de que grande parte das doações ficaram com a direção do local.

A reportagem na conseguiu contato com Ana Paula Moraes dos Santos, presidente da AACP.

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O MP instaurou procedimento em julho de 2004 para apurar irregularidades, a partir de denúncias apresentadas pelo Ministério Público do Trabalho. Um inquérito policial chegou a ser instaurado para investigar o caso. Segundo o MP, a presidente da entidade teria até declarado à polícia que havia encerrado as atividades da AACP no final de 2004.

O inquérito foi arquivado. Porém, o MP-PR levantou que a associação seguia cadastrada junto à Receita Federal, o que permitia que o serviço de arrecadação de doações prosseguisse, o que foi de fato verificado, inclusive com recibos de 2007 e 2008. Nesses recibos, constavam dois novos endereços para a entidade, o que motivou uma nova averiguação do MP, que constatou que os documentos eram falsos.

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