Representantes de movimentos sociais, organizações ligadas aos diretos humanos e sindicatos iniciaram ontem ações de vigília em defesa da democracia na Bolívia. A mobilização acontece simultaneamente em diversos países da América Latina. Em Curitiba, cerca de 50 organizações participam da vigília.
Durante a manhã de hoje, representantes dos movimentos sociais e estudantes distribuirão panfletos informativos sobre o assunto na Boca Maldita, no centro de Curitiba.
A partir das 17h, acontece a vigília cívica na sede da Casa Latino Americana (Casla), quando serão debatidos temas que podem ameaçar as instituições democráticas bolivianas.
Para a presidente da Casla, Gladys Floriano, o novo panorama de governantes de esquerda na América Latina desperta uma tendência de posicionamento de parte da sociedade que ameaça a democracia nos países.
“Vivemos um momento especial. Pela primeira vez, os governos locais estão decidindo o próprio futuro, sem a influência dos Estados Unidos. Isso não é bem visto pelas oligarquias que antes impediam o desenvolvimento social e econômico dos povos andinos”, afirma.
O secretário de relações sindicais e sociais do Sindicato dos Bancários de Curitiba, André Machado, não descarta uma ameaça de golpe para tirar o presidente Evo Morales do poder.
“Pela primeira vez em três décadas a Bolívia tem um presidente do povo. E para as oligarquias, isso é inadmissível”, diz. Machado afirma que atividades como a vigília são importantes para fomentar a união dos povos. “Se não dermos as mãos, a democracia pode não prevalecer.”
Segundo Gladys, os governos vêm dando prova de que a democracia na América Latina está se solidificando. “Jamais pensei que veria o Estado se retratar e pedir perdão para presos políticos. Isso é um exemplo de que estamos caminhando firme para o desenvolvimento social não só para alguns, mas para toda a sociedade.”
A Casla, entidade que afirma lutar há mais de 20 anos pela democracia na América Latina, fica na Rua João Manuel, 140, no bairro São Francisco, em Curitiba.