Até o meio dia deste sábado (15), a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) conseguiu coletar 10 mil assinaturas de paranaenses que querem o fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). A mobilização dos industriais ocorreu em Curitiba (Rua XV), Londrina (Calçadão e Shopping Catuaí), Maringá (Praça Raposo Tavares), Ponta Grossa (Terminal Central), Cascavel (Praça da Matriz) e Pato Branco (Praça Getúlio Vargas). Além disso, foram distribuídos 100 mil folhetos para interessados em participar do abaixo-assinado virtual, que pode ser acessado pela página http://cpmf.fiepr.org.br <http://cpmf.fiepr.org.br/> .
A campanha pelo fim da CPMF vai continuar até o final deste mês, quando a Fiep vai encaminhar o abaixo-assinado ao Congresso Nacional. "A CPMF não agrega nada à economia. Os R$ 36 bilhões que o governo arrecada deveriam ficar no bolso do trabalhador, do empresário para gerar emprego, consumo e impostos legítimos. Se este imposto for tirado, teremos 700 mil empregos no Brasil no ano que vem", destaca Hélio Bampi, vice-presidente da Fiep e coordenador do movimento em Curitiba.
Para Ronaldo Duschenes, também vice-presidente da Fiep, a Contribuição é um imposto contra o processo produtivo, contra o emprego e é o imposto anti-social. "É perverso porque se cobra em cada etapa do processo produtivo", disse. "O volume de adesões mostra que a população está indignada com a cobrança da CPMF", completa Clóvis Coelho, que é o coordenador da Federação em Londrina, onde já foi programada uma mobilização para o próximo final de semana no bairro Cinco Conjuntos, um dos mais populosos da cidade.
A população que aderiu ao abaixo-assinado pelo fim da CPMF considera a cobrança indevida, principalmente porque os recursos não estão sendo destinados para melhorar a área de saúde. A artesã Magdalena Casas Serra foi ao centro de Curitiba para participar da mobilização e disse que é usuária do sistema público e o serviço está muito ruim. "A CPMF foi criada para melhorar o serviço de saúde e não está sendo aplicada neste setor", afirmou. O comerciante Lourival Alexandre de Figueiredo, também da capital, é a favor do fim da Contribuição considerar que o excesso de impostos penaliza as pessoas. "Quem precisa da CPMF é o governo e não o povo", destacou.
Além de solicitar as assinaturas nas ruas e no site, os empresários vão distribuir o abaixo-assinado em suas fábricas, pedindo a participação dos trabalhadores na mobilização. "Estamos organizando uma movimentação envolvendo empresários, trabalhadores, sociedade e comércio para colher o máximo de assinaturas", disse o coordenador da Fiep em Ponta Grossa, Laerte Bittencourt Filho. Em Maringá, a coordenadoria também realizará um trabalho junto com sindicatos empresariais e o comércio. Já em Cascavel, empresas se comprometeram a incentivar funcionários, fornecedores e clientes a aderirem ao movimento. Em Pato Branco, esta iniciativa já foi realizada, com a adesão de 1.200 pessoas ao abaixo-assinado.
De acordo com cálculos de diversos economistas, o governo tem receita para cumprir a agenda social e não depende da arrecadação da CPMF. A previsão é que a arrecadação geral do governo cresça R$ 70 bilhões em 2008, passando de R$ 514 bilhões projetados para 2007 para R$ 586 bilhões. "Mesmo com a resistência do governo em acabar com a CPMF vamos continuar mobilizados. O Estado brasileiro precisa aprender a racionalizar seus gastos porque dinheiro não falta aos cofres públicos. Falta melhor administração", afirmou Hélio Bampi.
