Os móveis que foram retirados do Escritório de Representação do Paraná, em Brasília, estão no Museu da Sanepar, em Curitiba. A informação é da presidente do Programa de Voluntariado do Paraná (Provopar), Lúcia Arruda.

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Ela disse a O Estado que estes móveis foram para o Provopar e depois foram encaminhados para o museu. Os móveis foram retirados do Escritório de Brasília pelo ex-secretário da pasta, Eduardo Requião, quando ele assumiu o Escritório na época em que tinha o estatus de secretaria.

Lúcia informou que, antes do governador Orlando Pessuti assumir o governo do Estado, o Provopar recebia móveis de secretarias, do Tribunal de Contas, do Tribunal de Justiça, etc.

Estes móveis, segundo ela, sempre eram encaminhados para instituições. Até mesmo aqueles que não serviam mais, em mau estado, tinham a madeira reaproveitada, se necessário. Porém, segundo ela, depois que Pessuti assumiu, nenhum móvel vai mais para o Provopar, e sim, para carrinheiros.

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A reportagem de O Estado procurou o responsável pelo Escritório para saber, enfim, como o local está funcionando (sem móveis). A reportagem telefonou várias vezes para o Escritório, mas foi informada de que o chefe do local, Victor Francisco Lacombe, só concede entrevistas pessoalmente. A reportagem também esteve ontem no Museu da Sanepar, mas o local estava fechado.

O secretário de Comunicação Social do governo do Paraná, Ricardo Cansian Neto, informou que o Escritório de Brasília está funcionando normalmente, mas sem a grande quantidade de móveis que havia antes.

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“Não havia a necessidade da suntuosidade que lá existia, pois o governo do Estado não precisa disso”, afirmou. Segundo Cansian, os móveis não foram repostos ainda, e está sendo estudado quando e como isso será feito.

Oposição

Ontem, os deputados da oposição anunciaram que apresentarão um pedido de informações em plenário, na próxima segunda-feira, para saber onde estão os móveis retirados pelo ex-secretário (que substituíram os doados ao Provopar) e também as condições em que os novos foram adquiridos (o ex-secretário já declarou que estes estavam cedidos em comodato para sua família).

Em nota, a oposição declarou que “os parlamentares estranharam a justificativa do ex-secretário, que levou embora o mobiliário quando deixou o cargo, alegando tratar-se de doações”. De acordo com o vice-líder da bancada, deputado Douglas Fabrício (PPS), o sumiço dos móveis está mal explicado.

“É tudo muito estranho. Se já existia um escritório montado, não dá para entender a necessidade de equipá-lo todo novamente com gasto exorbitante de mais de R$ 600 mil e depois carregar os móveis embora”, disse.

O deputado Valdir Rossoni (PSDB) foi mais além, sugeriu que se peça um inventário de tudo que existia no escritório com as respectivas notas fiscais. “O escritório do governo do Paraná em Brasília ficou depenado porque o irmão do ex-governador se intitulou o dono desses móveis que deveriam estar no patrimônio do governo. Já pensou se a moda pega e todo secretário resolver limpar o gabinete quando deixar o cargo?”, questionou.