Usuários de rodovias pagarão mais caro pelo acerto entre governo e Ecocataratas para duplicação da BR-277 entre Medianeira e Matelândia. Em depoimento ontem à CPI do Pedágio da Assembleia Legislativa, o diretor-presidente da concessionária, Evandro Couto Viana, confirmou que a obra foi retirada do contrato original com o Ato 17, assinado durante o governo Roberto Requião e acatado pela Justiça Federal. A pedido do governo Beto Richa, o trecho ganhou a segunda pista.
Mas Viana revelou que o investimento de R$ 52 milhões será custeado pelos motoristas que trafegam pela rodovia. Ele informou que o pagamento pela obra não mais programada será a implementação de dois gatilhos de 3,82% nas cinco praças de pedágio entre Guarapuava e Foz do Iguaçu. O primeiro começa a valer a partir do dia primeiro do mês que vem e o segundo em primeiro de dezembro de 2014. Isto sem contar a reposição inflacionária prevista em contrato.
Acima da inflação
De acordo com o presidente da CPI do Pedágio, Nelson Luersen, quem paga novamente a conta por acordos firmados entre governo e concessionárias é o consumidor. Ele apresentou dados que mostram que a receita das Ecocataratas a exemplo da Econorte subiu acima da inflação entre 2001 e 2012, o que já daria condições para redução da tarifa. Em São Miguel do Iguaçu, onde a rodovia é duplicada, o ganho da concessionária subiu 492% entre 2001 e 2013. Nos demais trechos da pedageira, a arrecadação aumentou entre 378% e 420% no período.
Viana confirmou que a empresa tem discutido acordo com o governo para novas obras. “Passamos oito anos numa guerra jurídica grande, sem acerto para consolidar investimentos e negociar com o Estado. Agora estamos em fase de negociação”, declarou. Porém, ressalvou que pelo contrato vigente, não há obrigação de outras duplicações.