Hoje é instalado em carros
pequenos, inclusive taxis.

É cada vez mais comum no trânsito de Curitiba os veículos com engates, originalmente usados para reboques, trailers, compartimentos para motos, jets-skis ou lanchas. Boa parte dos motoristas, porém, está instalando o acessório para proteger a parte traseira em possíveis colisões. Antes comum somente em caminhonetes, hoje qualquer tipo de carro já traz o engate. Entre eles, táxis e automóveis de pequeno porte.

Segundo Antônio Gonçalves de Castro, proprietário da loja de acessórios automotivos Casa das Capotas, 90% dos interessados em colocar o engate buscam a proteção do veículo. “E nem fazem a parte elétrica para adaptar o reboque”, conta. Ele afirma que um dos motivos da grande procura é evitar danos aos pára-choques, que já saem da fábrica pintados. “Alguns motoristas não têm cuidado ao sair da vaga onde estão estacionados. Encostam nos carros, chegando inclusive a bater, e isso prejudica a pintura. O dono vai gastar R$ 200, brincando”, explica Castro.

A outra razão seria como proteção em acidentes. “Eu coloquei o engate há três anos no meu carro e não tive mais problemas com colisões traseiras”, comenta. Castro conta que se envolveu em três acidentes desse tipo, mas somente os carros que vinham atrás dele sofreram prejuízos. Nessas batidas, o acessório pode acabar com o ar-condicionado, o radiador, o pára-choque e o capô do automóvel. “Normalmente, o pessoal não respeita o mínimo de distância entre um veículo e outro. Quando enxergam o engate, eles se espertam. Isso também acontece nas manobras nas ruas e em estacionamentos”, aponta o proprietário.

O advogado Senio Dias instalou o engate para rebocar motos e também utiliza o acessório como proteção do carro. “Eu matei dois coelhos com uma pancada só”, justifica. “O engate evita aqueles esbarrões chatos. Sei que o assunto é polêmico, pois muda a estrutura do automóvel. Mas enquanto não tiver uma lei que iniba isso, acho que é natural o seu uso”, afirma.

De acordo com Castro, o interesse pelos engates começou no ano passado e é muito intenso nos períodos de férias. Os donos de carros estão se sentindo tão seguros que já procuram proteção para a parte da frente. Algumas empresas já lançaram o pára-choque dianteiro para atender à demanda. A utilização desse acessório é comum em caminhonetes, mas os lançamentos são para carros de passeio. “Mas o carro vai precisar passar por uma adaptação e a parte estética fica feia”, avalia.

Para colocar o engate traseiro, o interessado vai desembolsar entre R$ 85 e R$ 150, dependendo do carro. Já o pára-choque dianteiro custa de R$ 150 a R$ 180.

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