No Paraná há hoje 261 mil carteiras de motoristas de pessoas com mais de 65 anos, o que representa 8,7% do total. Segundo o médico especialista em medicina de tráfego do Departamento de Trânsito (Detran), Beny Camlot, é necessário que os idosos consultem seu médico com regularidade para verificar como andam os reflexos. Além disso, alguns medicamentos como antidepressivos e para a controlar a pressão podem tornar mais lenta a reação diante de algum incidente.
Depois dos 65 anos, a renovação da carteira de motorista é feita a cada três anos. O exame médico não é muito diferente do que é realizado para pessoas com menos idade: é verificado, a força, a mobilidade e a acuidade visual.
Beny recomenda que os idosos procurem um médico para fazer uma avaliação mais completa. Ele poderá testar como andam os reflexos. Além disso, nessa idade é muito comum o uso de medicamentos. Muitos deles afetam o sistema nervoso central e podem colocar a vida do idoso e da comunidade em risco, caso dirijam. “O médico pode mudar o medicamento e acabar com o problema”, explica Beny.
Segundo o especialista, apesar de os idosos terem vários fatores dificultando a direção, dificilmente eles se envolvem em acidentes. Isso acontece porque praticam a direção defensiva, andam menos de carro e a velocidade média costuma ser menor.
O advogado Flaviano Lugo, 69 anos, segue à risca as recomendações de Beny. A cada seis meses faz um check-up. Numa dessas consultas o médico mudou o remédio prescrito, por causa dos efeitos colaterais que provocava. Hoje, toma apenas um para controlar a pressão, que não causa nenhum efeito mais grave.
Ele dirige todos os dias e confirma que depois dos 60 anos começou a demorar mais para reagir em incidentes. Mas, como a saúde anda em dia, costuma viajar para Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, e chega a dirigir até 11 horas seguidas. Mas conta que não abre mão de uma série de cuidados. Não abusa da velocidade e também não se arrisca em ultrapassagens perigosas.
