Foto: Lucimar do Carmo

 Terminais de Curitiba estão vazios. A greve é por tempo indeterminado.

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Depois de uma tarde de intensas negociações, o Sindicato dos Motoristas e Cobradores nas Empresas de Transporte de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) não aceitou o reajuste de 5% nos salários – aumento de R$ 48 -, no plano de saúde e na cesta básica e entraram em greve à meia-noite. Em assembléia realizada na noite de ontem, motoristas e cobradores decidiram parar o transporte coletivo por tempo indeterminado. Piquetes em frente às empresas estavam sendo organizados durante a madrugada de hoje, para não permitir a saída dos ônibus das garagens.

O presidente do Sindimoc, Denilson Pires, revelou que a proposta do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) era boa, mas foi rejeitada pela categoria. ?Tentei argumentar, mas os trabalhadores bateram o pé e pediram mais. Segundo Pires, a primeira reivindicação dos motoristas e cobradores era reajuste de 10%, além da recomposição das perdas salariais. Com o início das negociações com o sindicato patronal, já há quase dois meses, a proposta baixou para 6% e, ontem, no final da tarde, o Sindimoc aceitava 5%, o que não foi ratificado na assembléia posterior.

A idéia inicial dos patrões, porém, era a correção de até 3%. ?A nossa idéia era chegar ao valor médio, como o das categorias gerais, onde o aumento real ficou na média de 2% a 3%. Isso é muito comum nas negociações: do pedido exagerado, chega-se a valores razoáveis?, afirma o assessor jurídico do Setransp, Carlos Roberto Santiago.

Rumores

Motoristas e cobradores ouvidos pela reportagem no Terminal do Campina do Siqueira, que pediram para não ser identificados, alegaram que a greve não havia sido discutida anteriormente. ?Os comentários são de que os patrões é que estão querendo que a Urbs aumente a quilometragem, por isso forçam a greve, também forçando que a tarifa aumente.? O assessor jurídico do Setransp diz que não procede a informação de que estariam provocando a greve.

Manutenção

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Ontem pela manhã, o governador Roberto Requião e o prefeito Beto Richa se reuniram no Palácio Iguaçu para discutir medidas que evitem o aumento das tarifas de transporte coletivo em Curitiba e Região Metropolitana. Duas hipóteses estão sendo estudadas: a redução do ICMS na compra do óleo diesel e a aquisição conjunta de pneus. Requião sugeriu a Richa que as duas medidas sejam propostas também ao governo federal.