Mais de quatro mil motoristas e cobradores de ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (RMC) já aprovaram o indicativo de greve, de acordo com o sindicato da categoria (Sindimoc). O motivo da possível paralisação são multas, que o sindicato considera indevidas, cobradas pela Urbanização de Curitiba (Urbs). Os valores que somam R$ 2 milhões são referentes aos anos de 2011 e 2012. Na última terça-feira, trabalhadores das empresas Viação São José e da Glória aprovaram a greve. Também houve uma reunião entre o sindicato e a Urbs, mas não houve acordo.
Na quarta-feira, assembleias serão realizadas na empresa Tamandaré Filial, em Almirante Tamandaré, e na Expresso Azul, em Araucária. A paralisação já tinha sido aprovada na Viação Sorriso e na Redentor na terça-feira (17). Segundo o Sindimoc, as quatro empresas em que já ocorreram as assembleias atendem 176 linhas em Curitiba e RMC. Os trabalhadores reclamam que a Urbs não está respeitando um decreto que prevê multas substitutivas à aplicação de multas financeiras aos motoristas e cobradores.
Já o presidente da Urbanização de Curitiba (Urbs) Roberto Gregorio, informou que as multas serão aplicadas contra as concessionárias do transporte coletivo e não contra os trabalhadores. “Várias dessas multas envolvem questões como falta de limpeza, problema de elevadores, problemas em letreiros, equipamentos com danos, nada a ver com o trabalho dos motoristas”, explicou o presidente da Urbs. O órgão ainda ressaltou que cumpriu a substituição da multa financeira por medidas saneadoras, com exceção a infrações graves, como dirigir falando ao celular ou furar sinal vermelho.
O sindicato que representa as empresas do transporte coletivo (Setransp) disse entrou na Justiça para suspender a cobrança das multas, mas que, caso percam no tribunal, vão descontar o valor da folha de pagamento do trabalhador, se a multa for de responsabilidade dele.