Trabalhadores da RIT (Rede Integrada de Transporte) ameaçam cruzar os braços na semana que vem caso não avance a negociação de uma extensa pauta de reivindicações com empresários do setor, prefeitura e governo do Estado. A pedido do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc), a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) marcou para 10h de hoje uma mesa redonda com o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano e Metropolitano de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp). Responsáveis pela gestão do sistema, Urbs e Comec também foram convidadas.
O Sindimoc pede providências das empresas e autoridades competentes para várias denúncias recebidas de trabalhadores, que já motivaram vários protestos. O presidente da entidade laboral, Anderson Teixeira, disse ao Paraná Online que “há bastante tempo as empresas tratam apenas da questão salarial nas negociações e não resolvem as cláusulas
sociais”.
Além disso, pede providências contra assédio moral nas empresas (já foram colhidas 3 mil assinaturas de vítimas desse problema); descontos relativos a assaltos, acidentes e multas; e ainda o cumprimento da lei que proíbe a dupla função, cujo prazo dado pela Justiça para adequação termina em 47 dias. A Urbs informou à Justiça que precisa de tempo para implantar a bilhetagem eletrônica exclusiva nos micro-ônibus, evitando que motoristas acumulem a função de cobrador.
Outra crítica se refere ao não cumprimento do acordo firmado no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) em março, após 4 dias de paralisação. “O governo do Estado aumentou a tarifa (das linhas metropolitanas não integradas) e o subsídio (à Urbs, que vence em agosto e ajuda a não encarecer a passagem), mas não reajustou o vale-alimentação”, critica Teixeira.
Na assembleia que definiu o retorno ao trabalho, os motoristas e cobradores já aprovaram nova paralisação em junho caso não evoluíssem as tratativas com o governo do Estado para aumentar o auxílio-alimentação. Na festa do trabalhador, no dia 1º de maio, o governador Beto Richa prometeu receber representantes do Sindimoc para tratar da questão, mas nada foi feito.
A reunião de hoje será decisiva. Já foram agendados dois encontros, nos últimos dias 13 e 17, mas o Setransp não compareceu, alegando que pediu o adiamento “diante da extensa pauta de reivindicações e do curto espaço de tempo para analisar as demandas junto às suas assessorias jurídica e econômica”. Mas hoje promete enviar representantes à SRTE.
Em nota enviada ao Paraná Online, o Setransp lamenta que “mais uma vez o Sindimoc tenha usado o recurso da ameaça de paralisação do sistema a fim de forçar a análise de suas demandas”, destacou. “Se não houver avanço, à tarde vamos informar ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT) que a greve suspensa em março será retomada, possivelmente na segunda ou terça-feira”, adianta Teixeira.
