O motorista da linha Interbairros que matou cachorros atropelados no Terminal do Hauer está trabalhando em outra linha do transporte coletivo de Curitiba. Após a divulgação do vídeo nesta semana houve uma grande repercussão pelas redes sociais e o motorista chegou a ser ameaçado de morte.

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O caso aconteceu na última sexta-feira, dia 22, e dois cães morreram atropelados. As imagens foram registradas pelas câmeras da Urbs no terminal e mostram que o motorista do ônibus estava dentro do veículo. Ele já havia terminado o desembarque e embarque de passageiros quando os cães chegaram à plataforma onde estava o veículo. Eram 12 cães e alguns entraram embaixo do ônibus que, ao arrancar, atingiu dois deles.

O Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) está dando todo o apoio ao motorista. Os advogados do sindicato foram colocados à disposição do trabalhador, caso ele precise se defender judicialmente.

Para o sindicato, o motorista explicou que quando olhou pelo retrovisor viu que os cachorros tinham se espalhado, ele não viu que alguns foram para debaixo do ônibus. O motorista ficou bem abalado com as mortes dos cães e com a repercussão que o caso teve.

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Em nota, a Urbs afirmou que compartilha a política de respeito e proteção aos animais da administração municipal e mantém contato com outros órgãos da Prefeitura no intuito de evitar que a circulação de animais nos terminais resulte em acidentes, tanto com os próprios animais, como ocorreu agora, quanto com usuários e operadores. 

A situação também é acompanhada pela Rede de Proteção de Animal da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, que enviou dois técnicos ao terminal para averiguar o ocorrido. Está em estudo uma parceria entre o Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna da secretaria e a Universidade Federal do Paraná (UFPR) para identificar os cães que frequentam os terminais de ônibus da cidade. Estes seriam monitorados, castrados e receberiam microchips.

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A Sociedade Protetora dos Animais de Curitiba (Spac) também se pronunciou sobre o fato. “Não presenciamos o atropelamento e não podemos acusar ninguém por ouvir dizer. Pelas imagens é visível que a denúncia original colocada na internet não confere, pois os animais não estavam na frente do ônibus, mas em baixo da parte traseira do veículo quando arrancou. Se o motorista teria visto os animais ou não, não nos cabe julgar e estamos aguardando a averiguação dos fatos, mesmo tendo também opinião pessoal”, afirmou a presidente da Spac, Soraya Simon.

“O atropelamento destes cães foi algo terrível, mas por mais revoltante que o fato tenha sido, não podemos acusar uma pessoa que possa ser inocente. Este é o nosso posicionamento neste momento”, define a nota no site da Sociedade Protetora dos Animais.