Um motorista paraplégico se envolveu em um grave acidente na manhã desta segunda-feira (23) na Cidade Industrial de Curitiba. A batida aconteceu depois que José Hilton Silva, 46 anos, seguia pela Rua Cid Campelo e não conseguiu desviar o Vectra que dirigia de um caminhão que estava dando marcha à ré após entrar, por engano, na Rua Johnny Wendler, que é sem saída. O carro acertou a traseira do caminhão e ficou com a parte da frente totalmente destruída.
A filha de José, Daiane Cilizinski Silva, 21 anos, estava no banco do passageiro. Ela teve ferimentos na cabeça e foi encaminhada, sem risco de morte, ao Hospital do Trabalhador. O caminhoneiro e o motorista do carro não se feriram.
O motorista com necessidades especiais contou que viu o caminhão dando marcha à ré, mas não conseguiu desviar. “Foi muito rápido e também pelo movimento da rua na hora, não tinha como desviar”, disse José Hilton. O homem, que não contou como perdeu os sentidos das pernas, esclareceu que o carro é adaptado e lamentou por não ter o veículo assegurado.
Por outro lado, Cleverson Alves Nunes, 25 anos, motorista do caminhão, disse que o veículo estava parado, esperando o Vectra de José passar. “Meu colega de trabalho que estava no banco do passageiro avisou que não daria tempo de continuar com a manobra, então parei e esperei o carro passar. Não sei porquê ele bateu no caminhão, talvez por se assustar e não conseguir desviar do trânsito mesmo”.
Segundo o caminhoneiro, não havia espaço para fazer o retorno na própria rua, por isso precisou voltar de ré. “Infelizmente não temos opção quando entramos nessa rua, porque ela é sem saída e muito estreita. O jeito é voltar de ré ou ficamos travados”, explicou Cleverson.
Sem saída
Moradores da região disseram que vários caminhoneiros passam pelo mesmo problema enfrentado pelo motorista desta segunda-feira. “Havia uma promessa da prefeitura de Curitiba de que abririam o final da rua para fazer uma saída por lá, mas fizeram apenas uma ciclovia e mantiveram a rua sem saída. Todos os caminhões que entram, precisam voltar de ré, até o caminhão de lixo”, contou Fernanda Thais de Oliveira, 26, que reside no local.
Segundo os mesmos moradores, acidentes viraram comuns no cruzamento, por causa do bloqueio da rua. “Este foi um pouco mais grave, mas já virou rotina. Será que vão esperar morrer alguém?”.
A assessoria de imprensa da prefeitura de Curitiba informou que existe um projeto do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (IPPUC) para a abertura da rua, mas em conversa com a população, a administração regional da CIC tomou conhecimento de que há posições contrarias dos vizinhos à abertura da rua. Por isso o projeto continua em discussão com a comunidade, o que faz com que a Prefeitura não tenha data para a execução da obra.