Motoristas e cobradores de Viação São José fizeram, na manhã desta terça-feira (26), um protesto contra a dupla função. Segundo o Sindicato dos Motoristas e Cobradores da Região Metropolitana de Curitiba (Sindimoc), a categoria exige o cumprimento da lei da Dupla Função.
“Já se passaram sete meses que a Lei é amplamente conhecida e três meses que a Lei está em vigor, mas até agora a empresa não fez nada. Age como marginal, à revelia da Legislação. Não podemos permitir que esse desrespeito continue”, afirma Anderson Teixeira, presidente do Sindimoc.
Nos últimos meses, o Sindimoc alertou a empresa por várias vezes sobre a necessidade de cumprimento da Lei, mas sempre teve evasivas como resposta.
Foto: Sindimoc/Divulgação. |
Preso
Um dos motoristas que participavam da manifestação acabou preso. Marcos Michelevski segurava uma faixa em frente dos ônibus que saíam do terminal, com dizeres contra a empresa. Como protesto, motoristas e cobradores da cidade prometem parar os trabalhos a partir do meio-dia. A nova mobilização deve se estender até a soltura do motorista.
O presidente do Sindimoc, Anderson Teixeira, relatou que considera um absurdo o ocorrido. “Pensávamos que o direito à livre manifestação estava garantido no Brasil e no Paraná, mas parece que estamos regredindo no tempo. As empresas não cumprem a lei e é o trabalhador que vai preso”, afirma o presidente.
Aumento da passagem
Esse impasse entre trabalhadores e empresas pode acabar pesando no bolso do consumidor. Atualmente, a passagem urbana da cidade custa R$ 3,50, mas pode ter que subir 4% – caso seja preciso contratar nos trabalhadores.
Segundo nota enviada à imprensa pelo Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp), a licitação do transporte coletivo de São José dos Pinhais possuía 30 ônibus sem o cobrador e o posto de cobrança.
“Nos últimos 15 dias, reuniões mais frequentes foram realizadas junto à secretaria para tratar do assunto, porém, devido à alta complexidade da questão, que pode até elevar o custo da tarifa municipal, medidas concretas ainda não foram tomadas”, afirma o texto.