Aumentou em dez vezes o número de motoristas que ultrapassaram o limite de velocidade permitido nas vias de Curitiba na última quinta-feira, primeiro dia em que os 110 radares da cidade foram desligados.

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Só ontem, até as 17h30, o total de motoristas que ignorou as placas de trânsito que indicam a velocidade máxima da via ultrapassou a média de 580 por hora. Em 24 horas, foram 10.192 excessos de velocidade cometidos e, da meia-noite até as 17h30 de ontem, mais 10.768 infrações que não puderam ser punidas.

A maior velocidade registrada chegou a 137 quilômetros por hora, cravada por dois veículos na Avenida Comendador Franco (das Torres). E esse registro não foi exceção. Segundo números divulgados pela Urbanização de Curitiba S.A. (Urbs), o desrespeito à sinalização é preocupante.

Mais de 30 carros passaram a mais de 100 quilômetros por hora nas primeiras nove horas de ontem dentro da cidade de Curitiba. Na última quinta-feira, quase 400 carros passaram pelos locais com velocidade acima dos 100 quilômetros por hora, enquanto essa média, até então, costumava ser de dez veículos por dia.

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Na faixa dos 80 aos 90 quilômetros por hora, de cerca de 300 carros que eram registrados nessa velocidade, passou-se, em apenas um dia, para mais de 5,3 mil.

Embora os radares estejam desligados e novas multas não possam ser emitidas, é possível saber a velocidade dos veículos que passam pelos locais com radares por meio dos sensores de solo, que registram a quantidade de carros que passam em velocidade superior à permitida, de 60 quilômetros por hora – à exceção da Avenida Comendador Franco e Linha Verde, nas quais o máximo é de 70 quilômetros por hora.

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Ainda na quinta-feira, a Consilux, empresa que operava até agora os equipamentos da cidade, colocou um saco preto em cima da maioria dos radares da cidade, para sinalizar que a decisão judicial que determinava o desligamento dos radares estava sendo cumprida.

No entanto, ontem os sacos foram retirados a pedido do prefeito Beto Richa. Para a diretora de trânsito da Urbs, Rosângela Battistella, o radar encoberto pode ter contribuído para esse aumento exacerbado da velocidade nos últimos dias.

Decisão

Os radares de Curitiba foram desligados pela Urbs na manhã da última quinta-feira, acatando decisão do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) que considerou ilegal o contrato mantido entre a empresa e a Consilux. Com o contrato interrompido, os radares não podem mais funcionar, pelo menos até que saia o vencedor da nova licitação, que está em fase final.

A Urbs espera que na semana que vem já possam ser divulgados os nomes das empresas que vão passar à fase seguinte do processo, que é a da abertura das propostas de preço.

Sobre o cancelamento do contrato emergencial com a Consilux, a Urbs recorreu ao Superior Tribunal de Justiça, anexando os dados de aumento das infrações cometidas, para tentar reverter a decisão judicial, e novo recurso no TJ-PR deve ser ingressado na segunda-feira.