Motoboys de Curitiba realizaram uma nova manifestação no final da manhã de ontem. Eles se concentraram no cruzamento entre as avenidas Marechal Deodoro e Marechal Floriano Peixoto, na região central, e foram para a frente da sede da prefeitura protestar contra alguns itens presentes na lei municipal que os obriga a se cadastrarem na Urbanização de Curitiba S/A (Urbs).
Segundo o presidente do Sindicato dos Motociclistas Profissionais Autônomos de Curitiba e Região, Robson Prado, a categoria não é contra a regulamentação da atividade de motofrete. Porém, acredita que a mesma deve atender aos interesses das pessoas que atuam no setor.
“A lei municipal possui vários itens com os quais não concordamos. Um deles diz respeito à pintura das motos de verde para padronização, o que não nos trará nenhum benefício”, comentou Robson.
A lei também estabelece que os veículos utilizados para motofrete deverão ter placas vermelhas. “Com isso, a moto será apenas de carga e não poderá transportar passageiro. Diversos motoboys serão prejudicados, pois não poderão mais transportar esposa e filhos para passeios. Para mim, isso será péssimo, pois não poderei mais levar minha filha de dezesseis anos para a escola de moto. Terei que contratar outro tipo de transporte, o que vai sair caro”, afirmou o motoboy Gilberto Graboski, que está na atividade desde o ano 2000.
Outra queixa diz respeito ao fato de a moto ter que estar no nome do usuário, sendo que muitos veículos estão em nome de terceiros. “A moto que utilizo, por exemplo, não está em meu nome. Porém, só vou poder transferi-la depois que ela for quitada e ainda faltam quatorze prestações a serem pagas”, disse Robson. “Queremos a regulamentação, mas ela deve acontecer de acordo com as necessidades dos trabalhadores.”
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Condutores de Veículos Motonetas, Motocicletas e Similares de Curitiba e Região Metropolitana (Sintramotos), Tito Mori, se mostrou contrário ao protesto realizado ontem.
“Nós, do Sintramotos, somos contra esse tipo de bagunça no centro da cidade. Acreditamos que, se há algo de errado, temos que sentar com a prefeitura e dialogar”, declarou.
No início da tarde, na prefeitura, alguns motoboys foram recebidos para conversar com o superintendente de governo municipal, Ivens Pacheco, e com o diretor de transporte da Urbs, Fernando Ghignone.
No encontro, eles solicitaram a formalização de um documento com todas as reivindicações apresentadas pelas entidades participantes reunidas. Durante a manhã da próxima quarta-feira, uma nova reunião irá acontecer entre os motoboys, representantes da prefeitura e da Urbs, onde serão discutidas as possíveis soluções para a questão.