Rodovia do caos

Mortes na Estrada da Ribeira preocupam motoristas e pedestres

O crescente número de acidentes na BR-476, mais conhecida como Estrada da Ribeira, que liga Curitiba a Colombo, na região metropolitana, preocupa motoristas e pedestres. Somente nas duas últimas semanas três pessoas morreram em colisões de trânsito. A última vítima foi um garoto de 17 anos, Giovani dos Santos Leonel, que morreu no dia 20 deste mês ao bater a moto de frente com um caminhão quando estava indo para o trabalho. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, de janeiro a agosto deste ano já foram registrados 285 acidentes, com cinco mortes e 50 feridos graves. No mesmo período do ano passado, o número foi de 227 acidentes, 58 a menos.

Para tentar entender por que os acidentes acontecem com tanta frequência, a Tribuna foi até o local no dia 21 de outubro. A reportagem queria confirmar de perto as condições da rodovia e conversar com motoristas, pedestres e moradores da região. Ao parar do lado da rotatória da Estrada da Ribeira, no bairro Monte Castelo, em Colombo, em menos de dez minutos foi possível observar pelo menos três motoqueiros passando direto pela preferencial e sem diminuir a velocidade.

Casos

Não é difícil encontrar pessoas que já presenciaram ou até mesmo perderam parentes ou conhecidos em acidentes na Ribeira. Em 2005, o jardineiro Luiz Teles, 58 anos, perdeu um filho de 20 anos envolvendo um pedestre. Segundo Teles, o filho estava de motocicleta quando uma mulher atravessou a estrada. ‘Para não causar um acidente mais grave, meu filho tentou desviar, caiu e foi atropelado por um carro que não conseguiu parar’, conta.

A Estrada da Ribeira começa no bairro Atuba, em Curitiba, passa por Colombo, Bocaiuva do Sul e termina em Adrianópolis, sudoeste do Estado do Paraná. Nesse caminho, ela corta vários trechos de área rural e de municípios de baixa renda, onde grande parte da população anda a pé às margens da rodovia, o que exige ainda mais cuidado e atenção por parte dos motoristas e dos próprios pedestres.

O borracheiro Silvério de Lima, 55 anos, trabalha na beira da estrada e conta que depois que o asfalto foi recuperado as colisões ficaram mais frequentes. ‘Antigamente era ruim porque tinha muito buraco, mas isso acabava fazendo os motoristas segurar a velocidade para não estragar o carro. Agora que a estrada está boa, o pessoal abusa e todos os dias têm carro batido e motoqueiro no chão’, explica.

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