Foto: Arquivo/O Estado

 Paraná sofre surto pela proliferação dos ratos silvestres.

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O primeiro registro histórico de morte por hantavirose na região de Cascavel trouxe à tona o alerta para a doença no Estado. O motivo é que o Paraná sofre um surto pela proliferação dos ratos silvestres, portadores do vírus que ocasiona a doença, por causa da seca da taquara – espécie de bambu que contém a semente que os alimenta. Com isso, os bichos passam a se deslocar para plantações, silos e até para dentro das casas na zona rural em busca de comida. Este ano, o número de casos registrados chega a 21, contra dez no ano passado. Oito pessoas já morreram em todo o Estado.

A confirmação da morte de um homem de 50 anos que trabalhava na zona rural de Cascavel alertou a vigilância epidemiológica da cidade, que investiga ainda suspeitas de quatro pessoas que acampavam no mesmo local que o trabalhador. Elas apresentaram os sintomas da doença e a confirmação virá pelo resultado dos exames sorológicos, que estão sendo feitos no Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo.

O caso na região Oeste demonstra que os ratos silvestres podem estar se espalhando. É que, no Paraná, a hantavirose é bastante concentrada no Centro-Sul do Estado, de acordo com a chefe do Departamento de Zoonoses e Intoxicações da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Gisélia Rubio. ?No começo do ano também tivemos um caso em Palotina e outro em Barbosa Ferraz?, regiões Oeste e Noroeste, respectivamente. ?Em 2005 foram registradas oito mortes e no ano passado, cinco. Isso se explica porque estamos sob a influência da ratada, fenômeno que ocorre a cada 30 ou 32 anos com a florada da taquara. A semente seca rapidamente e os ratos ficam sem alimento?, explica.

Em conseqüência, ocorrem perdas de plantio de milho, cevada e trigo e até mesmo invasões a hortas domiciliares, paióis e residências. ?Quem mora na área rural está mais propenso, mas a população urbana também pode ser atingida quando se desloca a casas de veraneio no campo?, alerta Gisélia.

Cuidados

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Para evitar a doença, é preciso tomar medidas simples. Uma delas, conforme explica a enfermeira da Vigilância Epidemiológica de Cascavel, Simone Estrela, é utilizar camas altas para que os ratos não alcancem os lençóis e defequem sobre eles. ?As fezes e a urina secam e a pessoa não as percebe ali. Ao sacudir o lençol, pode aspirar poeira com os excretas.? Outra medida é evitar varrer a casa sem antes abrir as janelas, armazenar os alimentos em local adequado, não deixar lixo espalhado e fechar fendas nas paredes externas.

Os sintomas da hantavirose são febre, dor de cabeça, dores no corpo, tosse seca, vômito, diarréia e dificuldade para respirar. Em todo o País, cerca de 40% das pessoas que se contaminam com o vírus chegam à morte. 

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