O sorriso e a dedicação da médica sanitarista e pediatra Zilda Arns aos mais necessitados foram as lembranças que ficaram depois de um ano de seu falecimento, que será lembrado amanhã. Zilda, fundadora das pastorais da Criança (presente em mais de 20 países) e da Pessoa Idosa, morreu no terremoto que atingiu o Haiti, que deixou mais de 200 mil pessoas mortas. A médica estava em missão humanitária naquele país quando foi atingida por escombros de uma igreja, onde ela proferia uma palestra.
“Ela era uma mãezona”, define a auxiliar de enfermagem que trabalhou com Zilda no antigo Hospital de Crianças César Perneta, hoje Pequeno Príncipe, Wladylawa Provessi.
A auxiliar atuou no local há 42 anos, se aposentou, mas voltou à ativa. Ela lembra com carinho de Zilda. “Ela atendia tão bem aquelas crianças sofridas, magrinhas, se preocupava muito com elas”, lembra Wladylawa.
Para ela, o falecimento da médica significou uma grande perda. “A morte dela foi chocante, principalmente para nós, que a conhecemos de perto. Nos inspiramos nela para fazer os atendimentos”, diz a auxiliar de enfermagem.
Memoriais
Zilda Arns receberá homenagens, amanhã, em vários cantos do País. Em Forquilhinha (SC), cidade natal da médica, a Pastoral da Criança da diocese de Criciúma vai homenageá-la com quatro memoriais, sendo um em frente à Casa Mãe Helena (sede da Pastoral em Forquilhinha) e outros três distribuídos nas entradas da cidade.
Os memoriais são feitos com aço escovado, e levarão frases impressas de autoria de Zilda. A cerimônia de homenagem será às 18h30 de hoje. Ela também receberá homenagens em uma celebração em Parnaíba (PI), além de Belém e em São Paulo (que será ao meio-dia, na Catedral da Sé).
A Pastoral da Criança foi fundada em 1983, e a da Pessoa Idosa, em 2004. Zilda ganhou mais de 20 prêmios nacionais e internacionais pela sua atuação junto aos mais necessitados. O corpo de Zilda Arns está sepultado no Cemitério Municipal do Água Verde, em Curitiba.