Morte de frentista causa revolta na Cachoeira

A morte da frentista Adriane Fátima Raab, 23 anos, incitou os moradores do bairro Cachoeira, zona norte de Curitiba, a protestar contra a falta de sinalização no local. Adriane estava de motocicleta e foi atingida por um ônibus que passava pela Avenida Anita Garibaldi, em sentido contrário, às 6h da última sexta-feira. O acidente ocorreu em frente à Unidade de Saúde Cachoeira.

Funcionários da unidade e moradores do bairro estão revoltados: cobram providências por parte da Prefeitura e prometem fechar hoje a via, em sinal de protesto. Essa é a terceira morte no local, desde o início do ano. “Os motoristas não respeitam mesmo. Vêm em alta velocidade e é um perigo para as pessoas que ficam aqui fora, aguardando o posto ser aberto”, denuncia a auxiliar de enfermagem Divanir dos Santos. Há apenas seis meses trabalhando na unidade Cachoeira, Divanir conta que já presenciou três atropelamentos e uma morte. “A gente quer lombada. Já pintaram uma faixa branca, mas não é o suficiente”, diz.

A auxiliar de odontologia Marisa Pedroso, 42, concorda. “Se as mães descuidam um pouco, as crianças vão direto para a rua. E é perigoso, porque por aqui passam vários ônibus”, afirma. Outro problema, conta, é em relação à falta de escolas no bairro. “Como a gente fica na divisa com Almirante Tamandaré, acaba esquecido. A única escola que tem aqui é na Vila Leonice, e as crianças têm que atravessar essa avenida até chegar lá”, diz, referindo-se à Anita Garibaldi. Ela lembra que a morte de Adriane é a terceira deste ano. Paulo Sérgio, 17 anos, também morreu atropelado por um ônibus, e Angerson, 6 anos, foi atropelado por um carro no mês passado.

Para a presidente do Clube de Mães Estrela do Amanhã, Marlei dos Santos, a solução seria aumentar o acostamento, para diminuir a curva acentuada. “Falaram que não pode por causa da ferrovia”, lamenta. Depois da morte de Angerson, os moradores se mobilizaram, mas conseguiram apenas a implantação de uma ciclovia provisória. Com o protesto de hoje, a expectativa é que a Prefeitura se manifeste e tome alguma providência.

Lombada proibida

A Prefeitura, através da assessoria de imprensa, informou que a construção de lombada é proibida desde 1998, segundo o Código de Trânsito Brasileiro. Informou ainda que a revitalização da Anita Garibaldi, incluindo a amenização da curva em frente à Unidade de Saúde Cachoeira, consta no Projeto de Lei do Orçamento 2003, que está na Câmara Municipal. A readequação, no entanto, depende do desvio do trilho ferroviário – esse, previsto em outro projeto.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo