Animação total

Morretes é agitada por 8 mil motos durante o feriado

Morretes recebeu no feriado a excursão de gente montada em duas rodas. Cerca de oito mil motos, com quase 16 mil pessoas visitaram o município – número quase igual à população total da cidade, de 15.718 habitantes. Em clima de descontração e amizade, os motociclistas reuniram-se na Rua João Negrão para em seguida descer a serra, na 9.ª edição do MotoPasseio Savages.

Em Morretes os participantes foram recepcionados no Centro de Eventos, com estrutura para estacionamento e alimentação; onde também assistiram shows e a apresentação de Motocross Freestyle. Cada motociclista que se inscreveu doou dois quilos de alimentos ou R$10, que devem ser destinados a instituições carentes assistidas pela Motos Savages.

A placa no triciclo de Getúlio Pedroso, de 64 anos, já avisa: Aposentado sem destino. O ex-bancário pilota motocicletas desde 1974, mas agora, por causa da idade, optou pelo triciclo. “Sempre fui apaixonado por motos. Normalmente viajo sozinho, e já fui para o Uruguai, para o Nordeste, fiz passeio pela (rodovia) Rio-Santos”, conta Getúlio. Mas ele também sempre participa das viagens em grupo. “A gente faz muitas amizades”, comenta.

O casal Luiz Peixes, 51, e Josefa Hancz, 50, também acordou cedo no feriado para partir sobre duas rodas para Morretes. Há dois anos entraram para motoclube e relatam que existe grande respeito entre os membros desses clubes. “Se você está com a moto quebrada na estrada e está com o colete com o brasão, alguém já encosta para ajudar”, afirma Luiz. “Além disso, a gente tem que seguir regras, como respeitar trânsito e não fazer tumulto”, complementa. Segundo Josefa, os filhos do casal, já maiores de idade, aprovaram o novo estilo de vida. “Eles acham muito legal, porque estamos mais alegres, mais animados”, comenta.

Frio na barriga

A cabeleireira Merien Cris Taborda, 26, entrou para o motoclube no ano passado, após sofrer acidente de moto com um amigo e ser socorrida por membros do clube, que se tornaram seus amigos. “Eu já gostava de moto antes”, diz. A entrada foi a mudança de vida para Merien, que agora está terminando a autoescola para poder pilotar. Enquanto isso viaja na garupa do noivo, Carlos Alberto Ribeiro, que conheceu no motoclube. “É uma família, não imagino mais viver sem eles”, destaca. Sobre a sensação de viajar numa motocicleta, ela diz que “toda vez que a gente viaja parece que estou indo para o céu, dá um frio na barriga muito bom”, ressalta.

Marco Charneski
Emerson e Nilza. Veja na galeria de fotos os motoqueiros.

Inspiração vem de novela

Emerson Paredes fundou o motoclube mais antigo do Paraná. Ele conta que a inspiração das motocicletas veio da telenovela Beto Rockefeller, exibida pela TV Tupi em 1969. Na viagem mais longa que fez de moto, percorreu seis mil quilômetros. Ele diz que gosta dos passeios em grupo pelo contato com os outros motociclistas. “Sempre alguém tem algo pra nos ensinar. Também é bom ver que todo mundo te conhece, cumprimenta pelo nome”, aponta.

A namorada de Emerson, Nilza Jacomel, era só admiradora, mas resolveu ir mais longe e entrar para o grupo também. “Comecei a tomar gosto pelo motociclismo. Primeiro rodava com os amigos. Depois comecei a pesquisar preços de motos e entrei para a autoescola”, relembra Nilza.

Veja na galeria de fotos os motoqueiros.

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