Pedro Henrique da Silva Farias, com apenas um mês de vida, faleceu na madrugada de ontem no pronto socorro de Sarandi por complicações generalizadas. De acordo com a mãe da criança, Gisele Fernandes da Silva, o médico de plantão chegou a solicitar uma internação, mas a família foi informada da falta de vagas em leitos de UTI no Hospital Universitário e na Santa Casa.
Uma hora depois de dar entrada no pronto-socorro, a criança faleceu. De acordo com a mãe do menino, havia suspeita de meningite. Ontem, durante o velório, a família de Pedro Henrique estava transtornada. O pai, Fernando Farias, durante o enterro, não escondia a emoção. Mesmo se a criança tivesse resistido, ela seria internada em uma UTI improvisada, como aconteceu com outro bebê na terça-feira, que também não resistiu.
CRÔNICO
O problema da falta de leitos em UTI Neonatal sempre foi crônico, não só em Maringá, como em todo o estado. Ponta Grossa e Cascavel também carecem dessas unidades. Em Maringá, o fato voltou a chamar a atenção da opinião pública após as mortes das crianças Vitória Eduarda do Nascimento e de Diogo Felipe do Carmo Costa, respectivamente com 22 e 21 dias de vida. Na segunda-feira, elas foram transferidas do pronto socorro de Sarandi para o HU, onde vieram a falecer.
Vitória chegou a ser internada na UTI Neonatal, com capacidade para até seis bebês. Mesmo assim, não resistiu e faleceu no mesmo dia. Diego morreu no dia seguinte numa UTI improvisada, devido a falta de leitos na unidade. Segundo os pais, os médicos se esforçaram, mas não conseguiram salvar a criança.
DIAGNÓSTICO
Os pais, Geremias Gregório Costa e Josiane Isidoro da Costa, haviam levado Diogo para o NISS III, posto de saúde da Zona Norte de Maringá, na tarde de sexta-feira. A criança apresentava vômitos e diarréia, mas teve uma melhora no final da semana.
Na segunda-feira, o bebê voltou a apresentar problemas de saúde e retornou ao posto. Os raios X não mostraram nenhuma anormalidade e a criança foi liberada.
Mas, de acordo com os profissionais, um bebê de apenas 21 dias pode ter seu quadro clínico alterado em questão de horas. E foi o que aconteceu quando o pequeno Diogo teve seu estado de saúde agravado no final daquela tarde.
CARÊNCIA
O detalhe mostra outro fato comum no sistema público de saúde brasileiro, também refletido no Paraná. Os prontos atendimentos são obrigados a receber pacientes de todas as procedências, muitos sem qualquer prontuário ou indicações anteriores de tratamento. Os médicos ficam impossibilitados de fazer um diagnostico preciso ou indicar um procedimento com segurança.
Em Maringá, existem apenas oito UTIs de neonatal. Seis estão no HU e outras duas na Santa Casa. Para contornar a falta de leitos, o ideal seria dobrar esse número. Mesmo assim, de acordo com os profissionais, essas unidades estariam sempre ocupadas pois atrairiam pacientes de outros municípios e estados. (Fonte: O Díário de Maringá)
