Foto: Chuniti Kawamura

Colombo: ponte cedeu e por pouco não deixa moradores ilhados.

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O temporal que atingiu parte do Paraná na tarde de ontem e de domingo (25) causou muitos transtornos em diversas cidades. Os maiores problemas foram registrados em Curitiba e Região Metropolitana, onde somente ontem a defesa civil do Estado registrou quatro pontos de alagamentos; no domingo, foram 17.

Enquanto muitos moradores ainda limpavam as casas atingidas pela chuva, outros viam suas residências serem invadidas pela água. As típicas chuvas de verão que acometeram a região de Curitiba devem ser observadas novamente na tarde de hoje, avisam os meteorologistas.

O bairro mais atingido foi o Tatuquara, região sul da capital: durante pouco mais de uma hora, foram registrados 56mm pelo Instituto Simepar – quantidade equivalente a um terço do previsto para todo o mês de fevereiro.

A região oeste também foi afetada por chuva intensa e fortes rajadas de vento. Alagamentos foram constatados no bairro Fazendinha e nos municípios de Almirante Tamandaré, Araucária e Colombo.

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No domingo, o temporal que durou cerca de 15 minutos foi suficiente para provocar muitos transtornos. Em Curitiba foram 44 ocorrências, sendo 16 quedas de árvores, 17 alagamentos e dois destelhamentos – na Praça do Japão e uma residência no bairro do Portão. A região mais atingida foi o Boa Vista, com 14 ocorrências. Segundo o tenente Eduardo Gomes Pinheiro, da coordenadoria estadual da Defesa Civil., em cidades como Faxinal, Campo Mourão e Maringá foram registradas principalmente quedas de árvores, que na grande maioria atingiram as redes de energia.

Colombo

O domingo foi de caos para parte do município de Colombo, onde cerca de 40 famílias do Jardim Marambaia tiveram as casas alagadas pela elevação do nível do rio Atuba. Em todo o município foram 60 famílias prejudicadas com a chuva, somando cerca de 300 pessoas. Ontem pela manhã, muitos moradores ainda tentavam recuperar móveis e objetos pessoais atingidos pelo temporal. Mas teve quem perdeu tudo. O auxiliar de pedreiro Milton Andrade conta que passou a noite na rua tentando ajudar outros moradores, já que o casebre onde morava foi todo alagado pela água e o barro, que atingiram cerca de 70 centímetros de altura. ?Eu perdi tudo o que tinha, e agora espero contar com doações para poder viver?, disse.

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A doméstica Alzeni Almeida Costa lembra que essa foi a segunda vez, em pouco mais de um ano, que o rio subiu e invadiu as casas. Esse problema, segundo ela, tem acontecido porque o rio que divide a comunidade foi desviado. Com o temporal de domingo a ponte de madeira que dá acesso a diversas casas quase caiu, mas mesmo assim os moradores se arriscavam para sair do local. ?Do outro lado da ponte moram umas 60 pessoas que estão ilhadas, e até agora ninguém da Prefeitura veio dar nenhum tipo de ajuda?, reclamou.

Segundo o auxiliar de cobrança Valcir de Almeida, a comunidade não recebe apoio porque ocupou os terrenos. ?Eles alegam que aqui é invasão, mas a gente veio pra cá porque não tem condições de morar em outro lugar. Mas pagamos os impostos como todo mundo e só somos lembrados em época de eleição?, falou. O coordenador da Defesa Civil de Colombo, major Ozair Ribeiro, informou que no domingo cerca de 100 famílias receberam atendimento. Mesmo as que tiveram as casas alagadas optaram em ficar no local para evitar saques. Ele garantiu que 30 agentes comunitários de saúde iriam fazer o levantamento das necessidades, tanto de remédios, roupas e alimentos, para repassar os moradores, e que a recuperação da ponte e infra-estrutura do local é de competência da Prefeitura. A Prefeitura, por sua vez, informou que engenheiros foram enviados ao local para averiguar a situação da ponte. Eles devem reconstruí-la e já estudam o modo como será executada a obra.

195 mil casas sem energia elétrica no Paraná

Rosângela Oliveira

Dos 195 mil domicílios do Paraná que tiveram problemas no abastecimento de energia elétrica devido ao temporal de domingo, 150 mil foram em Curitiba. Desse total da capital, cerca de 1,1 mil só teve a energia restabelecida no início da tarde de ontem. As situações mais graves ocorreram no Sítio Cercado e Santa Felicidade.

Segundo a Copel, todas as equipes de plantão da empresa foram chamadas para os atendimentos. A grande maioria das ocorrências envolveu raios, queda de árvores e a projeção de galhos e placas nos fios da rede elétrica. Até o início da tarde não havia informações sobre postes quebrados.

No interior do Estado a empresa registrou, pela manhã, um vendaval na região norte, onde 20 mil ligações foram atingidas em Apucarana, Sabáudia, Faxinal e Astorga. Já na região noroeste o excesso de chuvas provocou danos na rede elétrica, mas no período da noite. Em Maringá e Campo Mourão foram  registrados 795 pontos de queda de energia.

Devido à grande quantidade de problemas, os telefones da Copel ficaram congestionados. Segundo a empresa, a rede elétrica das regiões urbanas das grandes cidades são dotadas de transformadores com sensores, que emitem um aviso sempre que for identificado algum problema na transmissão.