Moradores e comerciantes do litoral reclamam de quem ainda não realizou a ligação correta de esgoto à rede implantada pela Sanepar. “É uma falta de respeito. Nós moradores podemos sofrer várias conseqüências pela falta de responsabilidade daqueles que não se importam com os outros”, diz, indignado, Tito Lívio Alem, 49 anos, comerciante e morador na Rua Santa Maria, em Matinhos.

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A Sanepar, o IAP (Instituto Ambiental do Paraná) e o Batalhão de Polícia Ambiental – Força Verde procuram imóveis que continuam lançando o seu esgoto no meio ambiente. O diferencial desta temporada é que a atuação das equipes estará concentrada em rios e canais dos municípios de Matinhos, Guaratuba, Pontal do Paraná e Morretes.

O objetivo da ação integrada entre os órgãos do Governo Estadual é eliminar o lançamento do esgoto diretamente nos canais que deságuam nas praias. Para isso, a Sanepar contratou uma empreiteira que lacra os locais onde há lançamento de esgoto.

Matinhos

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Somente na bacia hidrográfica do Rio Matinhos, das 2.734 ligações disponíveis para que os proprietários executem a interligação à rede coletora da Sanepar, 1.726 estão corretamente ligadas. Restam ainda 1.008 imóveis que precisam passar pela vistoria ou receber as orientações técnicas para realizar a ligação ambientalmente correta.

Segundo Antônio Horácio Salvador, 67, aposentado e residente no Balneário Costa Azul, a falta de interesse de muitos proprietários demonstra que eles ainda não avaliaram a gravidade da situação. “As pessoas sabem muito bem que precisam cuidar do esgoto que produzem, mas acham que, primeiro, os outros devem fazer a sua parte, para depois eles fazerem a sua. Assim um espera pela ação do outro e nada acontece.”

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Ida dos Santos Goulart, 68 anos, doméstica e moradora em Caiobá, mostra preocupação com a família. “As crianças, principalmente, sofrem muito. A saúde é o principal bem que possuímos. O esgoto pode trazer muitas doenças, por isso precisamos tomar todo cuidado”. Para Ida, a maioria dos donos de imóveis que não se ligam à rede coletora é de veranistas. “Infelizmente tem gente que vê no litoral apenas um passeio de 20 ou 30 dias. Só que, mesmo assim, o dono do imóvel e a família podem contrair doenças”.

Fossa

Nos balneários onde ainda não existe a rede coletora de esgoto, por lei, os proprietários são obrigados a construir fossa séptica em tamanho compatível com o total de pessoas que frequentam o imóvel.

A diretora de Meio Ambiente e Ação Social da Sanepar lembra que a fossa deve ser bem dimensionada e, periodicamente, esgotada por meio de caminhão limpa-fossa, credenciado pela Sanepar. Segundo ela, não haver rede pública de coleta do esgoto não exime o proprietário de sua responsabilidade. “Lançar esgoto no meio ambiente, em qualquer circunstância, é crime”, enfatiza.