Moradores da localidade de Palmital 1, no município de Cândido de Abreu, região central do Estado, denunciam que o lixão próximo as suas residências pode estar contaminando a água do poço que usam para subsistência. A dona de casa Zenaide Juventino Mour conta que ela e sua família tiveram diarreia depois de usar a água do poço do sítio em que moram. “Nós estamos pegando água há uns 400 metros de nossa casa. Outros vizinhos também estão pegando água de outras minas”, disse Zenaide.
Segundo o Instituto Ambiental do Paraná (IAP), o lixão não é recomendado em todo o país e, de acordo com a indicação do governo federal, o correto é construir aterro sanitário ou central de tratamento de resíduos.
De acordo com o IAP, o lixão de Cândido de Abreu está localizado numa área onde seria construído um aterro sanitário. O órgão informou que a prefeitura de Cândido de Abreu tinha a licença prévia para a construção do aterro, mas como as obras não foram concretizadas, a licença venceu.
Em 2005, o IAP, o Ministério Público e a prefeitura de Cândido de Abreu assinaram um termo de ajustamento de conduta (TAC). O objetivo era que a prefeitura regularizasse a área e desse destinação correta para o lixo do município.
De acordo com o IAP, no final do ano passado, o Ministério Público pediu para que fosse feita uma fiscalização na área que seria destinada ao aterro para ver se havia sido cumprido o TAC. Segundo o IAP, a fiscalização foi efetuada e um relatório também foi enviado ao MP, mostrando que nada havia sido feito com relação ao aterro.
A reportagem procurou o MP, em Cândido de Abreu, e o promotor Fabrício Muniz Sabage disse que existe um procedimento administrativo, cujo objeto é a adequação do lixão às normas ambientais. “O Ministério Público se coloca à disposição das pessoas que supostamente possam estar sendo prejudicadas pelo lixão”, afirmou o promotor.
A reportagem procurou por uma semana o secretário de Agricultura e Meio Ambiente, José Cláudio Pereira, para falar sobre o assunto, mas ele não foi localizado. O prefeito do município, João Peda Soares, também foi procurado pela reportagem, mas não deu retorno.