Depois do atropelamento que matou Izabel da Luz Laval, de 39 anos, na sexta-feira (27) passada, moradores organizaram protesto nesta sexta-feira (6) no mesmo local. Segundo quem mora às margens ou próximo a marginal no quilômetro 101 da BR-277, várias vidas já se acabaram ao tentar atravessar a rodovia.

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Para os moradores, a solução dos problemas da população do bairro é simples e pode começar com a implantação de radares. “Mas o que precisamos mesmo, é a construção de uma passarela, pois enquanto nada for feito pela gente, vamos continuar vendo pessoas próximas morrerem por aqui”, lamentou Luiz Fernando Mattanó, de 26 anos.

Praticamente todas as pessoas que moram ali, no Orleans, bairro que pertence ao município de Curitiba, utilizam o transporte público. “E é justamente este o nosso problema. Para pegamos o ônibus para o Centro, temos que atravessar a rodovia, mas para isso, além de enfrentar o barranco para chegar ao outro lado, nos arriscamos entre os carros, que passam a todo gás por aqui”, contou o rapaz.

Faixa com a lista das pessoas que morreram no mesmo trecho da BR-277. Foto: Lineu Filho.

O perigo é constante no trecho da rodovia, que está próximo a divisa de Curitiba com Campo Largo. Pelo menos oito pessoas já morreram em acidentes no mesmo local. “Isso porque não temos como chegar em casa, sem o risco de esperar os carros, caminhões e ônibus”, contou o morador.

Segundo os moradores, a solução mais rápida seria a instalação de um radar de cada lado, mas isso enquanto a passarela não é construída. “Sem contar a iluminação aqui, que não existe”, disse Luiz Fernando. E, tanto o perigo para atravessar as pistas, quanto a falta de iluminação, foram confirmadas pela equipe do Paraná Online.

Página criada pelos moradores. Foto: Reprodução.

Como forma de chamar ainda mais atenção, os moradores criaram uma página no Facebook, de nome “BR-277 km 101 Precisa de Passarela Já”, que já está com pouco mais de 250 curtidas. “Lá colocamos todas as informações que encontramos sobre os acidentes, porque não acontecem só atropelamentos neste trecho não. Já perdemos as contas de quantos carros se envolvem em acidentes e vão parar nos barrancos”, contou Micheli Sprengoski da Silva, uma das criadoras da página.

O protesto desta sexta-feira foi organizado pela rede social e a intenção dos moradores era de fechar a rodovia. “Como choveu, os policiais rodoviários federais pediram para que não fechassemos, para evitar que acidentes acontecessem e acatamos”, explicou Micheli. Mas a promessa é de que, se nada for feito nos próximos dias, a rodovia será fechada em novo protesto.

A Concessionária CCR Rodonorte, responsável pelo trecho reclamado pelos moradores, afirma que não existe ainda qualquer reclamação oficial, mas se coloca a disposição para negociações. Os moradores, por sua vez, disseram que já estão conversando com a concessionária e que devem procurá-los no começo da semana.

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