Lucimar do Carmo / GPP |
Warkenstins encaminho abaixo-assinado para Prefeitura local. |
Moradores do distrito de Tamanduá, em Balsa Nova, realizaram um protesto ontem na estrada do Tamanduá, fechada desde o final de junho por uma determinação judicial. A estrada, com 18 quilômetros de terra de chão, dá acesso aos moradores do distrito à sede do município. Com o fechamento, todos os moradores são obrigados a percorrer 50 quilômetros, passando pela BR-277 e tendo que pagar pedágio de R$ 8,60 (ida e volta).
"Se precisa de uma aspirina, leva-se uma hora até chegar à cidade, e precisa pagar R$ 10 de pedágio, ida e volta. É um absurdo", afirma o pecuarista Dalton Kreitlov.
O problema da estrada do Tamanduá é antigo. O agricultor Nelson Fanaya conta que a primeira estrada do Tamanduá foi aberta há cerca de 20 anos. Como era pouco usada, acabou sendo fechada por fazendeiros, já que a via cortava algumas propriedades.
Em 1998, o antigo prefeito da cidade reabriu a estrada depois dos apelos da população e os problemas voltaram. De acordo com Jairo Bueno, ex-secretário de Agricultura de Balsa Nova e atual secretário de Esportes, vários proprietários rurais – que têm a fazenda cortada pela estrada – entraram com processo na Justiça pedindo o fechamento da via. Além disso, a desapropriação da área feita pela gestão anterior não foi completa, alguns detalhes continuavam irregulares, acarretando em outras dificuldades para manter a estrada aberta.
Bueno explica ainda que há a questão ambiental. A estrada está localizada no mesmo tipo de formação geológica do Parque de Vila Velha (escarpa devoniana) e parte dela se encontra dentro da Unidade de Conservação do Tamanduá. Em um dos trechos da via, os veículos são obrigados a atravessar um riacho. Por isso, segundo Bueno, duas ONGs que defendem o meio ambiente, também entraram com pedido de liminar pedindo a interdição da pista. O medo dos ambientalistas é que o material carregado pelos caminhões possa contaminar a água.
Soluções
O produtor de leite Ronald Warkenstins disse que já encaminhou para a Prefeitura um abaixo-assinado com 109 assinaturas solicitando providências para que a população do distrito volte a ter acesso à estrada. Foi encaminhada também uma solicitação à promotoria de Campo Largo para que seja aberta uma ação civil pública para reabrir a estrada.
Segundo Bueno, a Prefeitura sabe do inconveniente gerado aos moradores do distrito de Tamanduá com o fechamento da estrada e está estudando formas alternativas de acesso ao município sem que os moradores precisem pagar pedágio. "Acredito que em cerca de 15 dias devamos ter um parecer do que poderá ser feito. Equipes do governo do Estado e do IAP já estiveram na área para avaliar a situação. O que a Prefeitura quer é facilitar a vida dos moradores e estamos trabalhando para isso", disse.