Moradores protestam contra desativação de colégio

Moradores do bairro Tatuquara, em Curitiba, fecharam ontem a BR-116, sentido Porto Alegre, pedindo a reabertura da Escola Estadual Beatriz Ansay. Segundo os manifestantes, o colégio está desativado desde março de 2005. Isso estaria causando muitos transtornos, principalmente para os estudantes. A manifestação começou por volta das 7h20 e só terminou quando a Polícia Rodoviária Federal chegou, às 8h45, e liberou a pista.

Moradores do bairro, professores, estudantes e lideranças locais se reuniram em frente ao colégio e, caminhando, chegaram juntos até a BR-116, onde o movimento se intensificou. A pista foi fechada com pneus queimados e o protesto fez formar uma fila de mais de três quilômetros de engarrafamento. De acordo com o presidente da associação do bairro, Nelson Petrule, essa mesma manifestação foi feita em 2006. A idéia é chamar a atenção do governo do Estado, pois a comunidade quer o colégio funcionando novamente.

Ainda segundo Petrule, o colégio está abandonado há mais de dois anos. ?Durante a campanha política do governador, passou na propaganda que as obras na escola haviam sido retomadas. Mas eles só fizeram de conta que estavam trabalhando, pois em dezembro já pararam de novo e até agora não recomeçaram?, afirma. A presidente do Clube de Mães do Tatuquara, Roseli da Silva, diz que em visita às famílias, verificou-se que ?tem criança que não está estudando porque não tem escola no bairro?.

Um dos professores, Gerson Luiz da Cruz, diz que muitas foram, até agora, as medidas paliativas. Porém, nada efetivo. ?Eles alugaram um prédio aqui no bairro, um centro comercial esportivo, onde foram improvisadas algumas salas de aula. Além das salas serem apertadas e não terem ventilação, no local funcionam bares, o que é proibido por lei. Os alunos do turno da noite não vão para aula, ou ainda chegam bêbados?, conta.

Governo

Representantes do Núcleo Estadual de Educação e também do Instituto de Desenvolvimento Educacional do Paraná (Fundepar) se reuniram com as lideranças do bairro à tarde para decidir como fica a situação da escola Beatriz Ansay. Segundo informações da assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Educação, o superintendente Luciano Meves pediu uma semana à comunidade para viabilizar a continuidade da obra. Ele informou ainda que vai levar à Secretaria de Estado de Obras Públicas (Seop) a proposta de rompimento de contrato com a empreiteira Braaden Construtora Civil Ltda, em função da paralisação dos trabalhos de reforma da escola por mais de 30 dias. Em 2005, houve a ruptura de contrato com a primeira empreiteira licitada, a Alpha San, também por atrasos na obra. 

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