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 Foto: Lucimar do Carmo / GPP

Só há duas médicas no posto
de saúde Parigot de Souza.

"A gente chega na fila às 4h da madrugada e nem sempre consegue ser atendido. Daí precisa voltar no outro dia para tentar novamente. Mas a doença não espera." A afirmação é da aposentada Geralda Barbosa, que reclama da falta de médicos na Unidade de Saúde Parigot de Souza, no Bairro Novo, periferia de Curitiba. E Geralda não é a única insatisfeita. A associação de moradores conseguiu reunir cerca de 900 assinaturas em um abaixo-assinado pedindo mais profissionais para o posto.

Segundo o diretor da associação, Cláudio Antônio de Oliveira, a comunidade está solicitando ao município a abertura de concurso para a contratação de mais médicos. "Se isso não for possível, que coloquem médicos plantonistas ou tragam profissionais de unidades onde a demanda não é tão grande", sugere.

A costureira Antônia Bento da Silva conta que diversas vezes chegou no posto às 4h, mas não conseguiu ser atendida porque o número de senhas não era suficiente para atender todos da fila. "Agora, a gente precisa chegar às 2h para conseguir", lamenta.

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De acordo com a costureira, apenas duas médicas atendem na unidade e, para piorar a situação, uma delas entrou em férias e ninguém apareceu para substitui-la. A dona de casa Juraci Silva diz que o problema também acontece com outras especialidades. Por três vezes, ela teve desmarcada a consulta com o dentista. Ela nem sabe quando irá conseguir o atendimento. "A situação está muito feia e o povo é que sofre, dependendo da boa vontade dessa gente", reclama.

Concurso

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A supervisora do Distrito Sanitário do Bairro Novo, Márcia Terezinha Steil, diz que recebeu a reivindicação dos moradores no início da semana. Segundo ela, a falta de médicos não é uma exclusividade dessa unidade de saúde. "Isso vem acontecendo de uma forma geral na cidade", argumenta, acrescentando que nesse período a situação ficou ainda mais conflitante porque muitos profissionais tiraram férias. A grande dificuldade do município em atender a demanda é a falta de interesse dos profissionais de saúde em trabalhar nas unidades.

De acordo com Márcia, no último concurso promovido pela Prefeitura, no ano passado, eles não conseguiram preencher as vagas ofertadas. Um novo concurso deve ser realizado até o fim deste mês. Para tentar atrair os profissionais da área, será oferecida uma gratificação de 100% sobre os salários. Hoje, um médico que trabalha no Programa Saúde da Família, por exemplo, recebe R$ 4,5 mil por uma carga de 8 horas de trabalho.